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Do Fundo da Estante: O Anjo Malvado [Nostalgia]

Macaulay Culkin estava com 13 anos, milionário e amado pelo mundo todo depois do sucesso estrondoso de Esqueceram de Mim, o que lhe rendeu aos 10 anos de idade, uma merecida indicação ao Globo de Ouro de melhor ator na categoria comédia.
E aí, vamos quebrar a monotonia e chacoalhar a sociedade norte-americana? – devem ter dito os seus agentes e seguido em frente com a ideia, tendo logicamente o aval dos pais e empresários. Foi então que O Anjo Malvado, chegou às telas do cinema e chocou geral o seu público.
Logo no cartaz, a expressão cínica de Macaulay já causa mal estar. Como é que por trás de um semblante tão sereno de um garoto loiro e lindo se esconde um psicopata?
As plateias ainda estavam digerindo o impacto do inesquecível Hannibal Lecter de Anthony Hopkins e de repente chega Macaulay Culkin, que representava o típico norte-americano de classe média, interpretando um personagem mentalmente desequilibrado, cruel e assassino. E o pior! Ele está deliciosamente sádico com seus sorrisinhos diabólicos e sua expressão fria, maligna e assustadora – certamente a melhor atuação de sua carreira.
Dividindo a cena com um também jovem e igualmente talentoso Elijah Wood, Macaulay interpreta (e muito bem) Henry Evans, o primo do mal que vai infernizar a vida de Mark Evans (Wood) que perdeu os pais e acaba de se mudar para sua casa.
Tem início então, uma sucessão de crueldades que fizeram os norte-americanos rejeitarem totalmente o filme de tal maneira, que a carreira de Macaulay Culkin simplesmente acabou. Nem os posteriores Acertando as contas com Papai e Riquinho, ambos de 1994, feitos na correria pra limpar a imagem dele, não foram suficientes pra fazer o seu público dissociá-lo da imagem negativa que ficou. Mas isso só para os habitantes da terra do Tio Sam, porque no resto do mundo, O Anjo Malvado foi aclamado e lotou as salas dos cinema. Todos queriam ver essa mudança radical e corajosa na carreira de Macaulay e ele saiu muito respeitado como ator e poderia ter sido o que o Leonardo Di Caprio conseguiu ser. O convite para ser o Robin de Batman Eternamente foi rapidamente desfeito e sua carreira até hoje está estagnada – muito contribuiu pra isso a disputa judicial dos seus pais pela sua fortuna.
O diretor Joseph Reuben (Dormindo com o Inimigo) não é particularmente talentoso, mas consegue criar o clima de tensão necessário para a trama e o final, polêmico até hoje e no estilo A escolha de Sofia, é impactante.
Mesmo com outros títulos mais recentes, como A Órfã (2009), O Anjo Malvado permanece com um bom exemplar do gênero e nunca ganhará um remake atualizado porque sua força reside na figura de Macaulay Culkin, que infelizmente carregou o fardo de north american face e não foi perdoado pela sua ousada escolha profissional. Se fosse feito hoje, não haveria rejeição, já que não existe atualmente nenhum astro mirim tão icônico quanto Macaulay Culkin foi graças a Esqueceram de Mim.
Esqueceram que era apenas um personagem e misturaram a figura do ator e hoje esqueceram de seu passado de glórias artísticas para sempre. Muito injusto.
FICHA TÉCNICA


Título: O Anjo Malvado
Título Original: The Good Son
Diretor: Joseph Ruben
Data de Lançamento no Brasil: 14 de fevereiro de 2014
Nota 4/5

Italo Morelli Jr.

Na Nossa Estante

View Comments

  • Hey Italo! Tudo bem?
    É a primeira vez que vejo falar nesse filme, e confesso que quando criança mal assistia o Esqueceram de Mim, pois achava um absurdo os pais viajarem e esquecerem a criança em casa, coisa da minha cabeça quando criança kkkk
    Mas reconheço o merecimento que o Macaulay tem, ele é um excelente ator.
    Obrigada por comentar lá no blog.
    Volte sempre!

    | Blog Misto Quente |

  • Oi Italo :)
    Adoro este filme, acho-o super assustador por causa das expressões do Macaulay Culkin.
    Parabéns pela sua resenha, já à muito tempo que não ouvia falar nesta pérola do cinema dos anos 90.
    Beijo
    Mundo da Fantasia

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