Mademoiselle Paradis [Resenha do Filme]

Infelizmente as nossas salas de cinema estarão lotadas de blockbusters nas próximas semanas e um filme interessante como este Mademoiselle Paradis fica sem o espaço que merece.
A história real da talentosa pianista Maria Theresia Paradis deveria ser mais conhecida, pois trata-se de uma personagem feminina bastante forte, que se submete a inovadora técnica do mesmerismo na esperança de curar sua deficiência visual. Essa deficiência não a impede de tocar (e muito bem) pra delírio da platéia que a admira pelo seu talento nato de musicista, ao mesmo em que a ridicularizam pela sua aparência não muito glamurosa e o aspecto de seus olhos, que se movimentam o tempo todo – até hoje as pessoas não entendem que os globos oculares reagem assim em pessoas cegas, imaginem no século XVIII…
Através de seus rudes pais, Theresia é levada até o médico Franz Anton Mesmer, responsável pela técnica do mesmerismo (força invisível que ele acreditava que todos os humanos possuíam, e consiste em usar as mãos em contato com o corpo do paciente numa espécie de energização), e passa a morar no local junto com outros pacientes. À medida em que recupera gradativamente a visão, Theresia descobre que sua adaptação a nova vida não será nada fácil.
A reconstituição de época é precisa, sem exageros nos cenários ou nos figurinos, pois o foco da diretora austríaca Barbara Albert é o trabalho dos atores, em papéis difíceis. Theresia é interpretada com muita verdade pela talentosa Maria Dragus, que convence plenamente como deficiente visual e o ótimo Devid Striesow acerta o tom no papel do doutor Mesmer – ambos formam aquela dupla de protagonistas que qualquer diretor gostaria de ter sob comando.
Se este filme fosse Made in Hollywood, Theresia talvez alcançasse a mesma dimensão pop de Frida Kahlo, pois superou todas as dificuldades físicas através da arte e fez história – Mozart escreveu seu décimo oitavo concerto de piano K456 em B bemol maior em homenagem a Theresia por todas as suas conquistas, que foram muitas.
Trailer:
FICHA TÉCNICA
Título: Mademoiselle Paradis
Direção: Barbara Albert
Data de estreia: 02 de maio de 2019
Nota: 4/5
*conferimos o filme na cabine de imprensa

Italo Morelli

5 thoughts on “Mademoiselle Paradis [Resenha do Filme]

  • 1 de maio de 2019 em 13:07
    Permalink

    Olá, Italo.
    Eu estava assistindo o jornal esses dias e na hora que passou as estreias da semana pensei comigo, coitado desses filmes que vai estrear junto com Vingadores porque é só o que o povo vai assistir. E infelizmente tem filmes ótimos que vai ficar esquecido no churrasco.

    Prefácio

    Resposta
  • 2 de maio de 2019 em 01:53
    Permalink

    Oi
    nem tinha conhecimento desse filme, parece ser um bela história da protagonista que inicialmente é sega.
    Que bom que gostou de assistir o filme, conheço filmes poucos comentados pela grande midia por aqui.

    http://momentocrivelli.blogspot.com

    Resposta
  • 4 de maio de 2019 em 19:32
    Permalink

    Já quero assistir esse filme. Adoro filmes de época, ainda mais se tratarem de mulheres fortes da forma que elas merecem. Título anotado.

    Vidas em Preto e Branco

    Resposta

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