Geralmente quando as críticas são muito negativas, eu tendo a assistir ao filme mais aberta a possibilidade de gostar, de ser algo de puro entretenimento e foi assim com Hellboy. Pena que mesmo pensando no aspecto da diversão as falhas acabaram estragando um tanto o longa.
Hellboy já foi adaptado para os cinemas com direção de Guillermo del Toro em 2004 e agora volta sob o comando de Neil Marshall com o carismático David Harbour (de Stranger Things) como protagonista. O longa começa com a história da bruxa Nimue (Milla Jovovich) que foi esquartejada pelo Rei Arthur com a ajuda de Merlin e impedida de dominar o mundo com seu exército das trevas. Anos depois temos Hellboy trabalhando com seu pai na B.P.R.D. (Bureau of Paranormal Research and Defence), enfrentando as criaturas maléficas que aparecem na Terra. Desde o início percebemos que o protagonista, apesar de um demônio, é alguém sempre disposto a ajudar e fazer o bem.
Um desafeto de Hellboy do passado tenta vingança e restaurar o poder de Nimue e assim, vamos descobrir uma conspiração para matar o protagonista ao mesmo tempo descobrimos a origem dele. A volta da bruxa e seu interesse em Hellboy é o plot inicial, mas o longa apresenta outros arcos, dando até mais voltas do que o necessário, entrelaçando histórias quase sem foco.
A tentativa de mostrar quem é Hellboy e porque é um herói complexo é válida, mas bastante falha. Toda a complexidade do protagonista poderia ter sido melhor explorada, mas foi diluída demais em cenas de violências exagerada, sem sentido, com sangue espirrando o tempo todo com pessoas que só não são mais cortadas do que as próprias cenas. Cortes bruscos, roteiro picotado, personagens muito mal explorados marcam a mais nova tentativa de adaptar Hellboy para o cinema. Sem contar o excesso de maquiagem, efeitos visuais bem mais ou menos e cenas indigestas.
O mais lamentável é que Hellboy tem personagens que poderiam ter sido bem explorados, o próprio lado sombrio do protagonista, a parte mais sobrenatural da história, a relação pai e filho, Nimue e as outras bruxas, Alice (Sasha Lane) e sua mediunidade e a maldição do Major Ben (Daniel Dae Kim). Nem mesmo B.P.R.D foi explicado direito. É claro que o longa dá brechas para a continuação, com duas cenas pós-créditos e um gancho no final, mas da forma que foi feito, fica até difícil acreditar que tais plots possam ser melhores trabalhados.
David Harbour foi uma boa escolha para o papel e Milla Jovovich tenta fazer o que pode com sua personagem, mas Daniel Dae Kim e Ian McShane foram um desperdício total de talento em papéis medíocres.
Hellboy tem boas cenas de ação, um personagem que nos conquista, mesmo sendo um demônio e até pode entreter os menos exigentes. No entanto, a impressão que fica é que o filme poderia ter sido muito melhor do que foi, até porque a história dos quadrinhos é boa, mas pouca coisa funciona e a tentativa de adaptação é frustrante.
Trailer:
FICHA TÉCNICA
Título: Hellboy
Diretor: Neil Marshall
Data de nascimento: 16 de maio de 2019
Nota: 2/5
*conferimos o filme na cabine de imprensa
Michele Lima
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Juro que queria gostar de filmes nesse estilo, mas não consigo!
https://www.kailagarcia.com
Oi, Mi!
Pena que não foi uma experiência muito bacana.
Eu vi o trailer dele e não me interessou muito, apesar de amar a Mila Jovovich.
E eu sabia que conhecia ele de algum lugar, hahaha.
O primeiro filme de 2004 eu acho até bacaninha, mas não vou ao cinema assistir esse. Quem sabe um dia se estiver passando na TV eu passo para assistir, né?
Beijooos
Teca Machado
http://www.casosacasoselivros.com
Oi Mi! Que pena este nova versão não ter sido bem executada. Eu havia gostado bastante dos filmes anteriores e estava imaginando que mais uma vez Hellboy viria para impressionar. Desisti totalmente de ver. Bjos!! Cida
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