Categories: Uncategorized

Um tempo aceitável [Resenha Literária]

Um tempo aceitável é o quinto livro da série Uma dobra no tempo publicado pela editora Haper Collins. O primeiro é homônimo à série, o segundo Um Vento à Porta, o terceiro Um planeta em seu giro veloz e o quarto Muitas Águas. Um tempo aceitável lá fora é o primeiro da série O’Keefe, em que conta a história Polly, filha da Meg Murray protagonista do primeiro livro.

Polly está passando um tempo na casa dos avôs e como a gente já sabe aquela casa parece atrair coisas fantásticas. Passeando com seu amigo, Zachary, a protagonista vê duas pessoas estranhas e depois descobre que elas, na verdade, são pessoas de 3 mil anos atrás e que por algum motivo ela abriu um passagem no tempo e consegue não só vê-los como também visitá-los no seu tempo e espaço. E não só Polly que consegue, Zachary por algum motivo também e o Bispo, irmão da Dra. Louise, já fazia isso há algum tempo.
Pra quem não se lembra, Dra. Louise esteve bastante presente no segundo livro da série, mas só agora entendemos melhor seu passado e sua família. Bispo é um personagem incrível, religioso não repudia a ciência e tenta uni-la com a fé que possui. O personagem é como um guia para Polly em vários momentos, sendo destemido, ele tenta ajudá-la na sua jornada e é responsável pelos diálogos mais interessantes na obra.
Estão presentes também os avós de Polly. No entanto, me pareceu muito estranho o fato de Alex Murry não citar o que acontece com ele em Uma dobra no tempo. Entendo que ele tenha ficado resistente ao fato da neta embarcar numa aventura pelo espaço e tempo, mas o personagem pouco me lembrou do homem que conheci no primeiro livro. E devido a sua resistência, a família Murry, Louise e Bispo ficam por muito tempo debatendo sobre os druidas e sobre a passagem do tempo. São muitas reuniões e jantares até que finalmente Polly entra na sua aventura, mais ou menos, na metade do livro.
Acredito que Madeleine L’Engle tenha usado a primeira metade da obra para colocar em pauta muitas questões filosóficas como viagem no tempo e religião, foi interessante, mas poderia ter sido mais dinâmico. De qualquer forma, é mais uma história muito boa da autora que consegue mesclar de maneira eficaz fé e ciência.
Destaque para alguns personagens da obra. Polly me pareceu muito mais madura do que a mãe foi durante sua viagem no tempo. Zachary é intragável, quase um vilão em alguns momentos, mas Polly e Bispo são misericordiosos com ele e entendem que as pessoas à beira da morte podem mudar. Tav, Karralys e Anaral também são bons personagens e Madeline conseguiu ambientar muito bem o lugar onde eles moram, a floresta e toda a questão cultural de uma época tão antiga.
Em suma, Um tempo aceitável tem um bom enredo, personagens intrigantes e funciona como spin-off da série Uma dobra no tempo. Apesar de demorar para entrar na ação, foi um leitura que, ao menos pra mim, foi rápida e fácil de ler e com questões sobre a morte, fé e ciência que me agradaram bastante, confesso que fiquei ligada na obra do início ao fim.
FICHA TÉCNICA
Título: Um tempo aceitável – Uma dobra no tempo #5
Autor: Madeleine L’Engle
Nota: 4/5
Para ler a resenha dos outros livros: CLIQUE AQUI
Onde Comprar: Amazon

 Michele Lima

Na Nossa Estante

View Comments

Recent Posts

Do Fundo da Estante: Meu Primo Vinny [Crítica]

O Oscar de atriz coadjuvante para Marisa Tomei por Meu primo Vinny (1992) é considerado…

1 dia ago

Um Lugar Silencioso: Dia Um [Crítica do Filme]

A duologia de terror misturada com elementos de ficção científica Um Lugar Silencioso do diretor…

4 dias ago

O Mundo de Sofia em Quadrinhos (Vol.1) [Crítica]

O mundo de Sofia é um clássico da literatura que eu não li e queria…

6 dias ago

Bridgerton – Terceira Temporada- Parte 2 [Crítica]

A segunda parte da terceira temporada de Bridgerton começou com muitas polêmicas! Eu li os…

7 dias ago

Do Fundo da Estante: Quinta-feira Violenta

O produtor, diretor e roteirista californiano Skip Woods fez em Quinta-Feira Violenta (Thursday no original)…

1 semana ago

Tudo O Que Você Podia Ser [Crítica do Filme]

Tudo o que você podia ser é dirigido por Ricardo Alves Jr. e não tem como…

2 semanas ago

Nós usamos cookies para melhorar a sua navegação!