Se na cerimônia do Oscar o nome Glenn Close não for anunciado como a melhor atriz de 2018, a Academia estará cometendo uma de suas maiores injustiças. Se for indicada ao Oscar, esta será a sétima indicação sem vitórias de uma das mais talentosas e completas atrizes norte-americanas: Glenn Close manda bem tanto no drama quanto em comédias (alguém melhor do que ela pra ser a Cruella Cruel?) e ainda é uma excelente cantora como pode ser constatado no musical Sunset Boulevard. No último dia 6 de Janeiro, Glenn ganhou o seu primeiro Golden Globe na categoria cinema (já havia ganho pela série Damages) depois de 14 indicações. Uma premiação muito tardia para alguém que já nos deu atuações memoráveis como em Atração Fatal (1987) e Ligações Perigosas (1988), entre outras.
Em A Esposa não é diferente. Seus olhares expressivos dizem mais que muitas palavras e vai ditando o ritmo do filme. Seu rosto sereno se revela um verdadeiro tsunami de emoções quando é necessário e impressionou até espectadores que só a conheciam por sua participação em Guardiões da Galáxia. No papel da esposa de um vencedor do Nobel de literatura, Glenn nos brinda com uma interpretação ao mesmo tempo sutil e arrebatadora.
O que parecia apenas o retrato de um aclamado escritor (numa atuação magistral do ótimo Jonathan Pryce, injustamente esquecido nas premiações) acaba se tornando uma drama sobre relacionamento, cumplicidade, machismo, abuso e empoderamento feminino. Ao viajarem juntos para a Suécia para a cerimônia de entrega do prêmio, uma série de acontecimentos promete (e será que vai?) estragar tudo. Filmado elegantemente, com cenários, fotografias e figurinos caprichados, A Esposa realmente carece de um pouco mais de inventividade e ousadia na história, pois fica muito previsível em vários momentos.
A aula de interpretação que Glenn Close nos oferece acaba tornando a personagem maior do que a própria trama e nos faz aceitar certas soluções discutíveis que nos são apresentadas – o personagem de Pryce não convence nos momentos “garanhão da terceira idade” e Christian Slater está tão aleatório que seu personagem por pouco não fica deslocado.
A direção elegante e precisa é do sueco Björn Runge, mas ouso dizer que o filme teria ficado muito melhor se tivesse caído nas mãos de uma diretora, como por exemplo a talentosa Lynne Ramsey do colossal Precisamos falar sobre o Kevin.
O final desnecessário ao extremo me obriga a tirar um ponto da avaliação final e mesmo assim, torcer muito para que no dia da entrega do Oscar,
Glenn Close leve a estatueta pra casa.
Trailer:
FICHA TÉCNICA
Título: A esposa
Título Original: The Wife
Direção: Björn Runge
Data de lançamento: 10 de janeiro de 2019.
Nota 3/5
Pandora Filmes
Italo Morelli
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Que triste quando o final nos decepciona. Adoro a atriz.
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Oie
Fiquei interessada no filme. Que pena que o final deixa a desejar.
Beijinhos
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Olá, Ítalo.
Eu só lembro de ter assistido ela como Cruella hehe. Mas me interessei em assistir esse filme justamente pelos seus elogios para ela. Vamos torcer então para que ela ganhe mesmo o filme não sendo perfeito .
Prefácio
que pena que o final desaponta, pq eu vi recentemente o trailer desse filme e fiquei super interessada em assistir
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Olá, Italo
Acompanhei a repercussão do Golden Globe e o pessoal ficou pistola dela ter ganhado. Eles queriam a Gaga... quem é a Gaga na fila do pão?
Hahahahaha
Beijos
- Tami
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