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Colette [Resenha do Filme]

Colette é um longa baseado na vida da escritora Sidonie-Gabrielle Colette, focado no seu relacionamento com o marido Willy (Dominic West), 14 anos mais velho que ficava com a fama dos livros escritos pela esposa.
Willy é um homem famoso, egocêntrico, egoísta e que aparentemente se encantou por Colette mesmo ela sendo pobre e sem dote. No entanto, ela o ajudava constantemente com seus escritos até que num momento de crise financeira, estimulada pelo marido, Colette escreve uma obra baseada na sua infância que fez um enorme sucesso, mas quem assina como escritor é Willy. Atitude bastante comum, uma vez que o personagem usava ghost writer para escrever suas obras quando ele próprio mal conseguia escrever uma linha. O falso autor tinha uma verdadeira máquina de escritores que trabalhavam para ele.
A obra Claudine foi um enorme sucesso tanto que Willy praticamente força a esposa a escrever várias continuações, trancando-a em casa e estimulando-a a ter casos com outras mulheres, uma vez que Colette não negava sua atração por elas. O casamento começou a ser bastante aberto e Willy só se importava mesmo se a esposa tivesse interessasse por outros homens. A parceria funciona perfeitamente por muito tempo, até Colette se tornar independente demais para viver na sombra do marido.
Os personagens são bastante complexos e o roteiro trabalha muito bem os protagonistas. Willy é um homem bastante egoísta, um péssimos administrador de negócios e extremamente manipulador, tanto que em alguns momentos o telespectador pode até achá-lo um homem não tão ruim. Já Colette evoluiu bastante na trama, deixando de ser um moça submissa ao marido para se tornar uma mulher livre, independente e autoconfiante.
Além do relacionamento homoafetivo entre mulheres temos uma abordagem bastante sutil sobre a questão de gênero, uma vez que uma das personagens nasce mulher, mas não se identifica com o gênero feminino, um escândalo na época.
A ambientação e figurinos estão perfeito e Keira Knightley se sai muito bem o papel da doce e também rebelde Colette, a transição da personagem e feita pela atriz de uma maneira não brusca, mas bastante eficaz e evidente. E Dominic West compõe um personagem odiável, mas consegue não ser tão odiado assim.

A história de Sidonie-Gabrielle Colette é instigante e prende a atenção em todos os momentos. Nada cansativo, apesar de longo, o filme é um ótimo drama sobre o papel da mulher na sociedade, submissão e sobre liberdade.

Trailer:
FICHA TÉCNICA
Título: Colette
Diretor: Wash Westmoreland
Data de lançamento no Brasil: 13 de dezembro de 2018
Nota: 4,5/5

Michele Lima
Na Nossa Estante

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