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O Rei das Cinzas [Resenha Literária]

Raymond Feist não só lançou um novo livro, mas também é o começo de uma nova série. Com um cenário totalmente novo, O Rei das Cinzas é o primeiro romance da Saga dos Jubardentes, que acontece no mundo de Garn, e nos dá uma amostra de uma grande fantasia que está por vir.
Esse novo mundo vai corresponder a quantos livros? Quantos anos de histórias irão se passar? Veremos.
A introdução inicial a esse novo mundo e feroz vêm na forma de traição e tristeza. Uma sombra se instalou sobre o mundo outrora pacífico, uma escuridão que se origina da ganância do homem. E embora estejamos chocados com a história enquanto ela se desenrola, é apenas o palco para uma história maior. Uma que se desdobra muito lentamente, surpreendendo não apenas o leitor, mas também chocando os personagens.
Três contos primários se desenrolam diante de nós. Um é de uma pessoa simples, mas muito habilidosa, Declan. Ele alcançou muitas habilidades que poucos podem reivindicar, aperfeiçoando seu ofício e se tornando um mestre. Um homem sem uma história verdadeira para recordar, buscando seu futuro longe de casa. Declan, não é muito viajado, seu conhecimento do mundo além de sua aldeia é superficial e vem de transeuntes e amigos. No entanto, ele vê o seu futuro no horizonte. Quem ele é e o que ele será, ainda não foi descoberto. Sua história, como a do próximo protagonista, ainda é um mistério.
O segundo enredo é baseado em torno de um jovem de cabelos ruivos chamado Hatu, um jovem que está treinando em uma escola dedicada a criar criminosos perfeitos. Esses membros do reino da noite não apenas administram as empresas criminosas ao redor do mundo, mas também lidam com a maioria dos assassinatos, tornando-os não só muito procurados, mas também temidos por pessoas de todas as esferas da vida. Mas há camadas da sociedade que Hatu está descobrindo, sua curiosidade natural e inteligência o conduzem por caminhos perigosos que põe em perigo mais do que apenas sua vida.
Daylon Dumarch é um outro grande personagem, intrigante seria a palavra perfeita para defini-lo, já que ele está jogando um longo jogo. Agora que os vários tópicos da história convergiram em seu baronato, ninguém sabe o que acontecerá a seguir. O Rei das Cinzas consegue preparar o palco maravilhosamente para mais, e fiquei muito curiosa para ver onde Feist vai levar as coisas nessa sequência.
Essa história é apenas uma gota no balde; do prólogo ao capítulo final, este livro é sobre começos.
O desenvolvimento é contínuo, criando suspense e alimentando a curiosidade do leitor. Provocações, tribulações, amor, raiva. Tudo isso é englobado por uma necessidade abrangente de descobrir exatamente o papel que todos desempenham nessa fantasia épica. Mas, como acontece com todas as coisas, a paciência é necessária, pois este é apenas o primeiro livro e ainda há muito a revelar.
Aguardo ansiosamente o próximo livro da série. Impacientemente. A verdadeira magia neste livro não é a trama que avança cheia de reviravoltas, tecendo uma tapeçaria de intrigas e maravilhas, mas sim o próprio mundo. A única coisa que sempre fez Feist ficar acima com seus livros é a sua habilidade de criar um plano de fundo tão detalhado, tão aparentemente real, que parece que você está andando ao lado dos personagens, experimentando tudo o que eles fazem. As pessoas, as cidades, até a comida e a bebida ganham vida quando ele escreve.
De que outra forma um mundo poderia suportar uma miríade de histórias e personagens repletos de personalidades que ecoam através das décadas? Porque não se enganem, Feist é capaz de nos fazer lembrar pra sempre das histórias dele.
O livro realmente me surpreendeu. Muitas vezes é difícil se conectar a um novo mundo quando um autor de longa data os apresenta. Mas isso foi como voltar pra casa. O estilo da escrita é mais refinado do que em seus primeiros livros, mas o talento permanece. A energia que flui de uma página pra outra é quase palpável. Ela envolve o leitor em um nível cerebral, mas tecido dentro desta frases bem trabalhadas e uma paixão que conecta o autor ao leitor, permitindo-nos ver sua visão, embora cada um em seu próprio caminho.
Não apenas eu recomendo esse livro de todo o coração, mas também planejo encorajar muitos amigos a lerem essa história. Espero que gostem dela e de todas as sequências que estão por vir. Não tenho dúvidas que irão exceder minhas expectativas.
Os livros da HarperCollins sempre nos trazem edições incríveis, a diagramação e a revisão das palavras estão perfeitas, e principalmente, existe no início um mapa que nos dá uma real dimensão deste novo mundo que está sendo revelado!
FICHA TÉCNICA
Titulo: O Rei das Cinzas
Autor: Raymond Feist
Nota: 5/5
Onde Comprar: Amazon

Natália Silva

Na Nossa Estante

View Comments

  • Oi, Natália
    Eu vi várias resenhas da obra por aí mas essa é definitivamente a primeira que leio. De cara me lembrou Game of Thrones e Corte de espinhos e rosas, claro, com suas próprias diferenças, mas é só falar em reino que penso nisso. Eu amei o trabalho da edição, não sei se leria mas está tão cotado e o autor também que é sempre bom deixar na lista.
    Beijos
    http://www.suddenlythings.com

  • Oi Natália. Eu gosto de livros de fantasia, mas tenho lido pouco nos últimos tempos e sentido dificuldade de me conectar com os personagens e me sentir integrada ao ambiente. Confesso que esse tipo de série/saga/trilogia que demora a acontecer, onde os livros introdutórios são lentos e muito descritivos não chamam muito a minha atenção, mas saber que o livro está sendo tão bem indicado e tão exaltado por ti me deixou curiosa sobre a história.
    Beijos
    http://espiraldelivros.blogspot.com/

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