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Pantera Negra [Resenha do Filme]

Depois de tantos filmes de heróis nos últimos tempos, confesso que ando um tanto saturada deles, tanto que não estava super empolgada para ver Pantera Negra, meu interesse estava especificamente no elenco negro que tem nomes maravilhosos na lista! E não é que mesmo cansada de filmes de heróis a Marvel me surpreendeu de novo?
Bem mais sério do que muitos outros longas do estúdio, Pantera Negra apresenta uma trama muito bem desenvolvida e mesmo sendo um filme introdutório não perde tempo com enrolação, de uma forma bem dinâmica, o filme já começa no tempo passado, nos mostrando a origem do grande vilão da história. Vilão bem consistente, com motivações que nos convencem e a fantasia nessa história é só um mero detalhe.
Em Capitão América: Guerra Civil vemos que o Rei de Wakanda faleceu e passou o trono ao filho, que apesar de ter sido treinado para esse dia, não é tão perfeito como imaginamos. T’Challa (Chadwick Boseman) precisa passar por todo um ritual para assumir sua posição e vai buscar Nakia (Lupita Nyong’o) para ver a cerimônia porque a personagem é bastante especial para o herói. O que faz também com que T’Challa seja bem diferente de muitos outros do Universo Marvel, sua posição não é um verdadeiro empecilho para o romance, mas sim o fato de Nakia não se identificar com um papel menos ativo na linha de ação.
Toda a trama é desenvolvida sobre o grande debate do posicionamento de Wakanda diante do mundo, sabemos que no passado o reino se isolou e escondeu de todos seus avanços tecnológicos e suas descobertas, mas nem todos estão de acordo com a situação, o que gera muitos conflitos. T’Challa vai enfrentar ameaças externas que acabam se associando aos problemas internos e vai passar por grandes provações, motivadas pelos erros do passado de Wakanda.
Com uma boa quantidade de personagens, Pantera Negra consegue desenvolver todos muito bem. Okoye (Danai Gurira) é uma mulher guerreira incrível, uma das personagens mais cativantes da história, bem como Nakia que tem atitudes de uma boa líder. Destaque também para a irmã do protagonista, Shuri (Letitia Wright), uma garota inteligente, moderna e com uma boa química com Everett (Martin Freeman), um personagem importante para a transição de Wakanda.
Além do fator elenco, o longa ressalta bastante a cultura africana. Wakanda é orgulhosamente africana, culturalmente, socialmente e politicamente, com diferentes tribos. E o fato de T’Challa ter um sotaque não americano no filme também é um dos fatores que contribuem para a veracidade da trama. Em termos estéticos o figurino é impecável, mas os efeitos visuais já foram melhores, bem melhores. Destaque também para a trilha sonora que está incrível.
E ainda que seja um filme de herói, com uma boa aventura e muitas, muitas cenas de ação, Ryan Coogler consegue unir bem os elementos dessa história e deixá-la com um tom mais sério e real, afinal, problemas políticos não são exclusividade de Wakanda. Claro que o humor Marvel está presente, mas bem menos que qualquer outro filme do Universo, quase imperceptível, apenas como alívio cômico em poucas situações.
Pantera Negra é um grande exemplo de que o Universo Marvel ainda pode apresentar heróis com boa carga de drama e questionamentos mais reais, um filme que o diferencia dos outros desse universo dos últimos tempos, funciona muito bem sozinho, sem a necessidade de qualquer outro herói na trama. E como de costume, duas cenas pós-créditos, uma para semear a participação de T’Challa em Guerra Infinita e outra para mostrar um pouco sobre o futuro de Wakanda.
Trailer:
FICHA TÉCNICA
Título: Pantera Negra
Título Original:Black Panther
Diretor: Ryan Coogler
Data de Lançamento no Brasil: 15 de fevereiro de 2018
Nota: 4,5/5



*Conferimos o filme na Cabine de Imprensa


Michele Lima

Na Nossa Estante

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