Como se tornar o pior aluno da escola [Resenha do Filme]

Conferimos a Cabine de Coletiva de Imprensa de Como se tornar o pior aluno da escola.

Como se tornar o pior aluno da escola é um longa baseado na obra homônima do Danilo Gentili em que o comediante ensina em um manual como realmente um aluno pode ser o pior da escola!

Dirigido por Fabrício Bittar, o filme toma como base o livro, mas vai muito além ao mostrar o protagonista Pedro (Daniel Pimentel) tentando não ser reprovado na escola depois da morte de seu pai. Assustado com a possibilidade, o rapaz encontra no banheiro uma caixa antiga cheia de coisas mirabolantes e um manual que parece ter sido do pior aluno da escola, embora a misteriosa pessoa sempre tirasse sempre notas altas. Focado em conseguir a mesma coisa e com ajuda de seu amigo Bernardo (Bruno Munhoz), o personagem parte em busca do dono do manual e se depara com o Pior aluno (Danilo Gentili)

Morando num lugar incrível, com dinheiro, sem preocupações e sendo um bom pilantra, o personagem de Gentili vai conduzindo os meninos para se tornarem os piores alunos da escola, mas sem serem pegos pelo diretor Ademar (maravilhoso Carlos Villagrán), um homem intransigente e um tanto hipócrita. Cansados com a política do correto que os impede até de comer coxinha na escola, os protagonistas começam a aprontar com os professores e fazer bullying.

Como se tornar o pior aluno da escola tem como proposta ser polêmico, ser contra aquilo que é dito como correto, ir contra as regras, o bom senso e cumpre a proposta até o final. Não vemos nenhuma boa moral na história ou final condizente com uma proposta educacional decente. E confesso que o que mais me chamou atenção, além do exagero com o grotesco, nem foi o politicamente incorreto de fato, mas sua classificação para maiores de 14 anos. Temos crianças bebendo e fumando como algo positivo, pedofilia como algo engraçado, insinuação sexual e até mordida na genitália! De forma alguma me parece um filme para um público mais infantil. E embora seja incoerente, já que é um longa com personagens jovens, o filme deveria ser sem dúvida para maiores de 18 anos. E entendo perfeitamente a proposta de Gentili e sei que não devemos subestimar a inteligência dos adolescentes, mas realmente acho que adultos possuem discernimento melhor para saber o que é certo e errado do que jovens de 14 anos.

Polêmicas à parte, é importante destacar a atuação de Carlos Villagrán que conseguiu se desassociar por completo do personagem Quico. Ademar não nos lembra o queridinho da mamãe que não se mistura com a gentalha. Apenas em alguns momentos como quando solta a clássica frase “Cale-se, cale-se que você deixa louco” ou quando existe a quebra da quarta parede e o personagem, assim como do Danilo Gentili, se direciona ao público. Ademar é um antagonista que não soa como vilão e me agradou bastante, bem como o inusitado faxineiro da escola de Moacyr Franco. Ainda que politicamente incorreto, o personagem foi o que me pareceu que mais acertou o tom da comédia. Ao contrário do personagem do Fábio Porchat que foi de extremo mal gosto. E o elenco ainda conta com Joana Fomm, mostrando que houve de fato uma resgate de antigos atores, ponto positivo para o filme.

O longa é bem dirigido e produzido, existe uma clara preocupação na edição principalmente na cena de perseguição que foi muito boa, Danilo Gentili se inspirou nos clássicos da Sessão da tarde e isso ficou bem claro em muitos momentos.

Como se tornar o pior aluno da escola não é um filme que vai agradar a todos, é inconveniente, exagerado em alguns momentos, mas tem boas atuações, sendo bem ágil, já que não se arrasta no enredo. Cumpre aquilo que se propôs a mostrar. Embora seja a história de certa forma a realização de um sonho de muitos adolescentes, continuo me questionando se jovens de 14 anos devem assistir ao longa.

Trailer:
FICHA TÉCNICA
Título: Como se tornar o pior aluno da escola
Diretor: Fabrício Bittar
Data de lançamento: 12 de outubro de 2017

Michele Lima

Na Nossa Estante

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