5 livros para se apaixonar por John Grisham

Não tenho uma explicação clara para comprar os dois primeiros livros de John Grisham que vi em um sebo da escola. Talvez tenham sido os títulos, talvez as sinopses, o importante é que comprei aqueles dois livros sem jamais ter ouvido falar no autor e já no primeiro me apaixonei por completo por Grisham. Ele é o único autor vivo que exigiu ter sua coleção completa na minha estante. Ainda faltam uns quantos livros (tenho 14 dos 31 lançamentos que eu tenho conhecimento), mas um dia eu chego lá (aceito doações). A bem da verdade tenho que fazer uma lista de seus livros e colocar na carteira pra comprar Grisham sem culpa nas livrarias e sebos (confesso que não sei o que tenho e o que não tenho, até porque ainda não li todos que tenho) – farei isso quando terminar esse post.
Grisham é leitura sagrada de todos os anos. Costumo ler um ou dois livros dele por ano e meu 2016 foi encerrado com uma maratona de leitura de um livro dele. Enquanto olhava minha estante para conferir o que ainda não tinha lido, surgiu a ideia desse top 5. É difícil selecionar, mas tenho certeza de independente do livro que vocês escolherem ler, não irão se decepcionar, esteja o título nessa lista ou não. Antes de ir pra lista, a sequência segue o ano de lançamento e não minhas preferências (porque é impossível classificar Grisham assim).
A firma (The firm – 1991 – Skoob)

Sinopse: Mitchell McDeere, um dos melhores alunos de Direito, em Harvard, vai trabalhar na Bendini, Lambert e Locke, uma rica firma especializada em direito tributário. Logo de início, ele suspeita de que há algo de errado na firma, ainda mais quando dois sócios morrem em um estranho acidente nas Ilhas Cayman. As previsões do jovem advogado parecem se confirmar quando ele é abordado por Tarrance, um homem que diz ser agente do FBI. Segundo o agente, a firma Bendini, apesar de ter alguns clientes importantes, não é real e serve de fachada para negócios escusos. Ele revela também que o próprio Mitchell vem sendo espionado pela segurança da firma, que instalou microfones em sua casa e grampeou seu telefone.


Não foi um dos primeiros que li, mas certamente foi um dos primeiros títulos de referência quando busquei mais sobre Grisham. Em 1993, Tom Cruise estrelou a versão cinematográfica do livro e, em 2012, virou até série (a qual parou na primeira temporada mesmo). Um dos maiores sucessos do autor (senão o maior), a trama retrata muito bem as manipulações do mundo da advocacia, mas especialmente exige sagacidade do personagem para sair do beco em que se encontra, tendo de um lado a firma que o contratou e, do outro, o FBI.

O cliente (The client – 1993 – Skoob)

Sinopse: Mark Sway, um garoto de onze anos, testemunha o bizarro suicídio de um advogado de Nova Orleans. Antes de morrer, o homem conta a Mark um segredo que envolve o recente assassinato de um senador da Louisiana, cujo matador, um mafioso, está prestes a enfrentar o tribunal. Pressionado pela polícia, pelo promotor e pelo FBI, Mark deveria revelar a confissão, mas recusa-se a fazê-lo. Ao invés disso, prefere contratar uma advogada, Reggie Love, cinqüenta e dois anos, mulher durona, vivida e corajosa, que vem dedicando sua vida à defesa de menores que sofrem toda a espécie de abuso.


O primeiro livro que li de Grisham. Me segurou no início, quando mostrou um garoto  de 11 anos fumando e se achando gente grande no meio de uma floresta de Memphis, a terra de Elvis. Confesso que desde então desejo desesperadamente ir a Memphis, não por causa do Rei do Rock, mas sim pelas histórias de Grisham. A adaptação cinematográfica foi lançada em 1994, tendo Susan Sarandon como Reggie Love e Tommy Lee Jones como o promotor Roy, conhecido por “reverendo” em razão dos seus discursos públicos citando a Bíblia. Nenhum livro de Grisham conseguiu superar o amor que sinto pelas aventuras de Mark.

O homem que fazia chover (The rainmaker – 1995 – Skoob)

Sinopse: O protagonista Rudy Baylor é um jovem advogado recém-formado que presta serviços a grupos de terceira idade. É assim que conhece o casal de idosos Dot e Buddy Black, cujo filho, Don Ray, está com leucemia terminal. Seu tratamento foi recusado pelo seguro de saúde da poderosa Great Benefit. Rudy insiste para que o casal acione a seguradora. E a partir desta causa percebe os indícios de uma gigantesca fraude, talvez a maior na área de saúde, na história dos Estados Unidos. Rudy Baylor briga com criminosos poderosos e põe sua vida em perigo. O leitor brasileiro, que já foi lesado ou humilhado por dragões dos seguros de saúde, sente disparar o coração na torcida em favor de Rudy Baylor.


O segundo livro que li do Grisham, já estando completamente apaixonada pelo autor. Com esse livro, então, eu tive certeza que o amor não era infundado. A história é chocante, já que mostra a sujeira que cerca as empresas de seguro. Mas confesso que o que mais me encantou nesse livro foi confirmar as descrições de dois amigos que na época estudavam Direito (o Blue, que na Estante assina como Guilherme as resenha filmes, é um deles). Quando Grisham nos apresenta Rudy, ele está de saco cheio do professor pré-histórico que dá sempre as mesmas aulas e mesmas atividades, uma das quais inclui fazer consultorias jurídicas gratuitas para a comunidade – e é aí que ele conhece a família Black. Uma história angustiante e suja, mas ao mesmo tempo maravilhosa. Virou filme em 1997, dirigido por Francis Ford Coppola e estrelado por Matt Damon, Denny DeVito e Jon Voight. Precisa dizer mais?

O sócio (The partner – 1997 – Skoob)

Sinopse: Em O sócio, John Grisham mostra ao leitor como funcionam as engrenagens no mundo dos ladrões de colarinho-branco. Como roubar e ser bem-sucedido tendo como ferramentas apenas um pouco de coragem e muita, muita astúcia. Patrick Lanigan, um brilhante advogado americano, deu um golpe de mestre em sua ex-firma de advocacia. Começa então a perseguição pelo FBI, pelos clientes e por rivais, numa caçada que alia agentes americanos e brasileiros. Patrick acaba sendo encontrado, e aí iniciam os seus problemas.


Essa foi a minha leitura final de 2016. Li em dois dias, como qualquer outro livro do Grisham. Como roubar 90 milhões e conseguir usufruir desse valor sem ser pego? Patrick roubou e conseguiu fugir, mas não viveu como um milionário porque certamente isso atrairia os verdadeiros donos do dinheiro. Ele foge por anos e é pego. Teria ele um plano B para escapar disso? Aparentemente sim e é isso que nos mostra Grisham, conseguindo nos surpreender mesmo quando isso parece impossível. Ao contrário dos anteriores, esse (ainda) não foi transformado em filme, talvez pelos vai-e-véns da história, a qual roda o mundo inteiro. Um livro que me fez esquecer qualquer suspeita de que Grisham poderia se tornar repetitivo, além de mostrar um Brasil muito além do Rio de Janeiro.

O inocente (The innocent man – 2006 – Skoob)

Sinopse: Em 1971, Ron Williamson era o melhor jogador de beisebol de Oklahoma. Com personalidade forte e um talento inato para os esportes, Williamson estava em ascensão. Ao mesmo tempo em que ganhava notoriedade por belas jogadas, ficava famoso por beber demais, usar drogas e envolver-se com muitas mulheres. O comportamento, junto com um braço lesionado, acabou lhe custando a carreira. Quando voltou para sua cidade natal, Williamson havia perdido tudo. Da vida glamourosa, restavam apenas as bebedeiras, que acentuavam o comportamento maníaco-depressivo do ex-jogador. Esse círculo vicioso foi interrompido em 1982, quando um assassinato ocorreu em Ada, sua cidade-natal. A garçonete Debbie Carter foi encontrada morta. Três meses mais tarde, por razões que nem a própria polícia podia confirmar, Ron Williamson e seu amigo Dennis Fritz haviam se tornado os principais suspeitos do crime. A prisão ocorreu anos depois e um julgamento equivocado, com testemunhas que não tinham nada a dizer e delatores de dentro da própria cadeia, levou Williamson ao corredor da morte. Fritz foi condenado à prisão perpétua. Enquanto eram realizadas as investigações do caso, outra jovem, a estudante Denice Haraway desaparece. Pouco mais de um ano após o desaparecimento de Denice, novamente com a ajuda de delatores e com a produção de dois depoimentos arrancados à força dos suspeitos, o tribunal de Ada mandava mais dois homens para o corredor da morte. Neste livro, Grisham narra com detalhes os episódios ocorridos ao longo de duas décadas. O autor relata as formas de investigação empregadas pelos policiais e o tratamento dispensado aos condenados à pena de morte no estado de Oklahoma. No prólogo, mostra o quanto o Estado perde com processos indevidos.


O único livro de não-ficção escrito por Grisham. A história por si só já seria tão cheia de reflexões sobre a sociedade quanto qualquer outro livro do autor, porém a veracidade dos fatos torna tudo mais pesado, sem falar nas fotos do acervo da família, as quais não nos deixam esquecer que estamos lendo uma história real. Um livro que nos mostra a assustadora realidade dos corredores da morte e tudo que os cerca. A injeção letal é mesmo uma sentença que faz justiça? Não, essa não é a questão do livro. O inocente é justamente a confirmação da resposta negativa dessa pergunta, nos mostrando toda a sujeira existente em muitas investigações criminais, o que torna o cenário oficial da justiça palco de injustiças imperdoáveis.

Quem aí já conhece Grisham? Quem não conhece, por favor, coloque-o nas leituras desse ano. Quem já conhece, também. John Grisham não é uma leitura chata sobre tribunais, ele é uma leitura necessária sobre os trâmites que envolvem o sistema judiciário que cerca nossas vidas. Por mais que os temas pareçam pesados, a escrita de Grisham os torna envolventes e fáceis de serem compreendidos. Lanço o desafio: leia Grisham e tente não se encantar com ele. Quem arrisca?

Ana Seerig 

Na Nossa Estante

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  • Olá, Ana.
    Eu conheci o autor quando consegui um emprego e comecei a comprar livros. Logo vi seus livros em promoção e quando li a sinopse me interessei e acabei comprando. E depois ainda descobri que os livros dele eram a base de vários filmes que eu gosto, dai virei fã hehe. Meu favorito dele é Tempo de Matar.

    Prefácio

  • Olá... tudo bem?
    Confesso que conheço o filme a Firma, mas sinceramente não sabia que este filme era base deste livro, o que me deixou curiosa, porque gostei muito do filme. Eu não conhecia o autor... mas fiquei curiosa com as sinopses apresentas. Xero!!!

    minhasescriturasdih.blogspot.com.br

  • AAAAAAA! Eu amo conhecer pessoas que são fascinadas por determinados autores, isso me motiva a ler mais sobre o mesmo e acabar virando fã, querendo todos os livros na estante hahaha. Já estou adicionando a lista.

    Beijos,
    Paixão Literária

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