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Estrelas além do tempo [Resenha do Filme]

Quando você tem um grande elenco como Taraji P. Henson, Octavia Spencer e Janelle Monáe, você só pode esperar um grande espéculo e nesse sentido Estrelas além do tempo não decepciona.
Katherine (Taraji P. Henson), Mary (Janelle Monáe) e Dorothy (Octavia Spencer) são três mulheres negras com talentos incríveis. Todas trabalham como “computadores” da Nasa, na chamada ala das mulheres negras do local. Katherine é um gênio da matemática, descoberta ainda criança e consegue fazer cálculos como ninguém! Mary sonha em ser uma das engenheiras da NASA e Dorothy, apesar de não ganhar como uma supervisora, trabalha como se fosse uma, já que o cargo está desocupado e alguém tem que cumprir com todas as tarefas.

O longa vai mostrando a história de cada uma das amigas, muito bem ambientado na década de 60, onde a segregação racial americana estava com força total. Vemos a separação dos banheiros, dos bebedores e até mesmo do café que Katherine bebe quando é transferida para ala das missões, no caso que leva o astronauta Glenn a entrar na órbita da Terra. Aliás, John Glenn (Glen Powell) é um dos mais simpáticos, aquele que faz questão de cumprimentar as mulheres negras, que enxerga a habilidade de Katherine e só viaja mais seguro quando os cálculos são refeitos por ela. Porém, Glenn não é o único a enxergar a importância de Katherine, Al Harrison (Kevin Costner) também consegue, mas não é um dos chefes mais simpáticos da Nasa.

Katherine e Harrison são responsáveis por uma das cenas mais emocionantes do filme, quando a protagonista finalmente explode e extravasa sua mágoa por ter que atravessar uma enorme área, gastando 40 minutos todo dia, para apenas ir ao banheiro, já que o prédio onde trabalha não tem um em que ela possa entrar! Não sei se comovido por seu desabafo diante dos colegas, ou por não querer que uma de suas melhores funcionárias perdesse tempo, o fato é que Harrison acaba com a separação dos banheiros dentro da NASA, uma atitude que realmente começa a transformar o lugar.

Paralelamente a isso temos Mary em sua batalha para estudar engenharia em uma das faculdades em que só se aceita brancos, além de ter que lidar com as frustrações e rancores do próprio marido. E Dorothy que espertamente percebe que as máquinas, os verdadeiros computadores, ocupariam o lugar das mulheres negras na Nasa e por isso começa a aprender a linguagem Fortran e ensinar as colegas de trabalhos, transformando-as em programadoras! Tudo isso em meio a Guerra Fria e a corrida espacial, onde cada passo dos russos rumo ao espaço deixa os americanos desesperados.

A tensão permeia o filme, mas é o drama que carrega toda a história de superação das mulheres. TarajiJanelle e Octavia estão perfeitas em seus personagens e gostei bastante de ver Jim Parsons fora do papel de Sheldon (The Big Bang Theory), interpretando o rabugento Paul Stafford, que não consegue lidar muito bem com uma colega de trabalho muito mais inteligente do que ele.

Histórias de vida e de superação sempre me agradam, mas confesso que queria que mostrassem menos da vida pessoal delas e mais a profissional. De todas as formas é um longa que agrada bastante, com uma excelente ambientação, interpretação por parte dos atores e um enredo com incríveis histórias de vida, de mulher geniais, não só porque sabiam ser melhores do que ninguém no que faziam, como também por não desistirem, persistirem, mesmo sendo mulheres negras num ambiente racista e machista.
Como já esperava, apesar de se passar nos anos 60, o longa ainda nos mostra aspectos bem atuais.



Trailer:

FICHA TÉCNICA
Título: Estrelas Além do Tempo
Título Original: Hidden Figures
Direção: Theodore Melfi
Data de Lançamento no Brasil: 19 de janeiro de 2017

Michele Lima

Na Nossa Estante

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