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Quando as luzes se apagam

Conferimos a Cabine de Imprensa de Quando as luzes se apagam
O diretor de Quando As luzes Se Apagam, David F. Sandberg, tem alguns curtas de até 03 minutos no Youtube onde ele exerce sua fascinação pelo terror (um terror mais de sustos e barulhos do que exatamente de sanguinolência propriamente dita). A história de Lights Out nasceu de um desses curtas, que leva o mesmo nome, e conta com a grande estrela de seus short movies e esposa, Lotta Losten. Traduzir para o formato longa pode dar muito certo ou simplesmente muito errado. Fazer com que o espectador inicial dos curtas mantenha o interesse, criando expectativas quanto ao desenrolar da trama, e continue interessado à historia, pode ser um trabalho que resulte numa faca de dois gumes. Em seu primeiro longa, Sandberg deixou a desejar. O que me deixa com os dois pés atrás quanto o que sua direção fará com Annabelle 2, esperado para 2017.

Tudo começa quando o pai de Martin é misteriosamente assassinado no trabalho. Esther (Lotta Losten), percebe a estranha presença nas sombras, e tenta (claro!) avisar Paul (Billy Burke), que acaba não dando muita atenção. E eu não iria muito longe em dizer que o curta Lights Out, de 2013, mostra a sequência de Esther chegando em casa e indo dormir naquela mesma noite.

O que encontramos então depois desse início é uma família desequilibrada: Sophie (Maria Bello), a mãe que vive lutando contra “fantasmas” a base de anti-depressivos e tentando levar a vida adiante depois de mais uma desgraça; Rebecca (Teresa Palmer), a filha mais velha que saiu de casa por não conseguir lidar com a doença da mãe após o desaparecimento do pai; e Martin (Gabriel Bateman), o filho mais novo e do segundo casamento de Sophie, que começa a passar por situações parecidas com a da irmã mais velha, e começa a temer a companhia da mãe. O que o desenrolar da história traz ao espectador será cheio de clichês e de situações quase sempre vistas/repetidas em filmes que se autoproclamam terror. E se existe terror aqui, eu me arriscaria dizer que está muito mais focado na situação depressiva em que a personagem da mãe se encontra.

O grande problema nisso tudo é que esse plot focado em depressão gerando um quase que incontrolável terror psicológico foi idealizado com maestria em 2014 pela diretora australiana Jennifer Kent (já mencionada em outra resenha de filme de terror nesse mesmo blog), no incrível The Babadook. E se compararmos os meninos dos filmes, Noah Wiseman (de The Babadook) é infinitamente melhor dirigido que o garoto Bateman. Ou seja, querido David, só transponha suas ótimas idéias de curtas para o formato longa quando estiver 100% certo de que suas tramas estão bem costuradas e originais o bastante para que consiga resultados louváveis. Aliás, falando em originalidade, cuidado com o curta Closet Space, desse ano, pois ele tem uma premissa que imediatamente me levou ao ótimo The One I Love, de Charlie McDowell, de dois anos atrás.
Trailer:


Dados do filme
Título: Quando as luzes se apagam
Título Original: Lights Out
Diretor: David F. Sandberg
Ano: 2016

2.0/5.0

Cristiano Santos

Na Nossa Estante

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