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Vinte anos depois [Especial Alexandre Dumas]

Oi gente, novamente sou eu a Pandora introduzindo o post da Ana.
E não, antes de conhecer a Ana, eu também não sabia, mas Dumas escreveu uma continuação para “Os três mosqueteiros”, mas agora eu sei e vocês também terão a oportunidade de saber mais a respeito.
Desfrutem senhoras e senhores!

“- Nunca – disse Athos levantando vagarosamente a mão direita para o céu – nunca, juro-o ante Deus, que nos vê nos escuta durante a solenidade desta noite, nunca a minha espada se cruzará com as suas, nunca os meus olhos terão para os senhores uma expressão de cólera nem o meu coração uma palpitação de ódio. […] D’Artagnan, quis-lhe sempre como se fosse meu filho. Porthos, dormimos juntos dez anos. Aramis é seu irmão como é meu; porque Aramis tem-no amado como eu o amo ainda, como o amarei sempre, até ao fim da vida. Que é que Mazarino pode ser para nós, que tivemos a força de reprimir a mão e o coração dum homem como Richelieu? Que é que este ou aquele príncipe para nós, que seguramos a coroa na cabeça de uma rainha? […]”
(Vinte anos depois – Capítulo XXX – A praça Royale)


Após a morte do grande cardeal Rechelieu e do rei Luis XIII, a França se encontra sobre a regência do avarento italiano Mazarino, novo cardeal e responsável pela guarda do rei Luis XIV, então com dez anos. D’Artagnan está prestes a contar vinte anos no cargo de tenente dos mosqueteiros e, sem os amigos por perto, sente-se desanimado e sem expectativas, até que Mazarino, com o tremor existente em Paris, o vê como único soldado que talvez possa ajudá-lo.

A capital francesa está às vésperas de uma guerra civil, dividindo-se em frondistas e cardinalistas. Mazarino, com sua covardia, avareza e egoísmo conquistou o ódio do povo com altos impostos e a inimizade de uma parte da corte ao prender nomes de sangue real. O próprio rei, Luis XIV, pouca simpatia dispensa ao cardeal, que, como é sabido por muitos da corte, é casado às escondidas com a rainha Ana d’Áustria. Ameaçado assim de ter a qualquer momento seu palácio invadido, Giulio Mazarino procura no passado homens de valor e acaba por encontrar um deles bem na sua porta.
D’Artagnan é então encarregado de encontrar os amigos com quem, tempos atrás, viveu tão prodigiosas aventuras para juntos servirem a Mazarino e, quem sabe, conseguir uma patente de capitão dos mosqueteiros para os gascão. Com sorte, reencontra Planchet, seu antigo servidor, agora casado e dono de uma confeitaria que, em fuga por ajudar Rochefort a fugir da escolta que o levava de volta à Bastilha, se dispõe com muita boa vontade a acompanhar d’Artagnan.
Na busca de Aramis, encontra o abade d’Herblay, e, em lugar do pomposo Porthos, encontra o rico e desanimado senhor Du Vallon de Bracieux de Pierrefons. Esperando encontrar Athos destruído pela bebida, d’Artagnan acaba por encontrar um verdadeiro fidalgo, ainda mais majestoso do que lembrava ser o amigo, que tem sob sua guarda o belo mancebo Raul, o visconde de Bragelonne. Se Porthos foi atraído pelo tenente dos mosqueteiros com a promessa de que Mazarino torna-lo-ia barão, os outros dois dispensaram qualquer proposta.
Uma encantadora continuação para a história d’Os três mosqueteiros, “Vinte anos depois” mostra os quatro amigos divididos em dois grupos, cada qual defendendo um lado, mas mantendo a amizade em primeiro lugar. Dumas mantem suas linhas bem temperadas com fatos e figuras históricas, impedindo que seus mosqueteiros façam parte de uma continuação que desmereça a tão aplaudida história que os tornou conhecidos mundialmente.

Minha edição.Não tem a data, mas imagino que tenha sido publicada entre 60 e 70. Editora Formar.

Fonte da ilustração.


Ah, e se vocês pensam que se encerra aqui a saga dos Mosqueteiros do Rei da França, estão enganados! Tem mais dele no livro “O visconde de Bragelonne” na próxima segunda.




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