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Os três mosqueteiros [Especial Alexandre Dumas]

De todos os romances histórico que falam sobre a Monarquia Francesa, para mim, “Os três mosqueteiros” é O MELHOR! Dumas mistura bom humor, romances improváveis, sarcasmo e uma vilã psicopata sem igual. Gente é PERFEITO.
E não vou dizer mais NADA, leiam o texto e se joguem!







“-E a Bastilha? – perguntou Aramis.

– Ora! Vós me tirareis de lá! – respondeu d’Artagnan.
– Sem dúvida – concordaram Aramis e Porthos, com admirável desassombro e como se fosse a coisa mais simples do mundo. – Sem dúvida que te haveremos de tirar(…).”
(Os três mosqueteiros – Capítulo XXIX – Visão)

A chegada de d’Artagnan a Paris com o cômico cavalo amarelo dado por seu pai é descrita por Dumas com uma beleza ímpar, descrevendo como o jovem reprimia risadas alheias com seus “olhos mais ferozes do que altivos” e retomando a despedida deste dos pais. O Sr. d’Artagnan pai lhe deu três humildes presentes, além da carta de recomendação ao Sr. de Tréville, capitão dos mosqueteiros: o cavalo amarelo, 15 escudos e seus conselhos, dos quais destaco as belas palavras seguintes: “És jovem e deves ser bravo por duas razões: a primeira, porque és gascão, e a segunda, porque és meu filho. Não temas ocasiões e busca aventuras. Eu te ensinei a manejar a espada; tens pernas de ferro e punhos de aço, bate-te a propósito de tudo: bate-te principalmente porque os duelos são proibidos, e que, por consequência, o bater-se exige dupla coragem“. Da mãe, que muito chorava por despedir-se de seu filho único, recebeu como presente a receita de um bálsamo milagroso para cura de feridas.

D’Artagnan não demorou a mostrar a coragem recomendada pelo pai e natural dele, além de demonstrar sua humilde origem e boa vontade na primeira oportunidade, tornando-se assim, facilmente admirável. Travar logo conhecimento com “os inseparáveis” Athos, Porthos e a Aramis talvez tenha sido a maior sorte do jovem, encontrando então amigos e companheiros de batalha incomparáveis com os quais divide momentos difíceis e de glória. O nome d’Artagnan logo se torna conhecido do rei Luís XIII e de seu ministro, Cardeal Richelieu, ou seja, é conhecido pelas três maiores figuras de Paris, segundo o Sr. d’Artagnan pai, já que seguido destes dois está o grande pai dos mosqueteiros, de Tréville. Sempre misturando personagens históricas a fictícias, Dumas tempera o livro com a personalidade indomável e diabólica de Milady Clarick, cunhada do Lord de Winter, criatura boníssima; o belo e poderoso ministro inglês, Georges Villiers, Duque de Buckingham, e seu amor pela rainha da França, Ana d’Aústria; o casal Bonacieux, formado por um merceeiro avarento e por uma jovem encantadora; além de outras tantas figuras que passam despercebidas ou preferem se manter escondidas.
Com um dom natural para a narração, Dumas usa do humor, da simpatia, dos fatos históricos, do talento para definir personalidades e de belas palavras para nos transmitir de maneira leve e interessantíssima aquela que se tornou uma das mais clássicas histórias da literatura mundial. Eu, de minha parte, jamais me canso de cada palavra escrita e, por vezes, me pego reagindo a elas, seja com um sorriso ou a ansiedade pelo que vem a seguir. De minha parte, tornaria obrigatória a leitura desse livro, porque ele me tem um encanto que parece infinito, mas o máximo que posso fazer é sair distribuindo por aí exemplares, o que, infelizmente, está fora de minhas condições financeiras.

Minha edição, parte da coleção “Os imortais da literatura universal” da editora Abril, lançada em 1971. Linda ou não?

Posts do especial publicados anteriormente:

Na Nossa Estante

View Comments

  • Este livro é mesmo genial mas, preciso, infelizmente, pedir que corrija a citação. Você colocou que ela foi extraída do capítulo XXIX do livro quando, o correto é XXXIX. São dez capítulos depois.

    Sou Alberto Valença do blog Verdades de um Ser e colaborador do Meu pequeno vício. Agora criei também um blog de viagens - O seu companheiro de viagem

    Verdades de um Ser
    O seu companheiro de viagem

  • Oi.
    Eu fiquei com uma vontade enorme de ler esse livro depois da sua resenha.
    Apesar de ser uma história que praticamente todo mundo conhece pelas adaptações feitas, acredito que o original deve ser ainda melhor.
    É uma pena que não existam mais escritores como Alexandre Dumas e Jane Austen.
    Abraços.
    Diego || Diego Morais Viana

  • é um dos grandes clássicos da literatura e quem não leu, perde muito! Li sem ter visto nenhum filme sobre eles, mas quando vi e pude transportar as imagens para o que eu tinha lido, li de novo, com mais gosto. Um livro sensacional. E você fala lindamente sobre ele, com amor e admiração, Ana. Sempre ótimo ler o que escreve.
    Beijo.

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