5 casais mais insuportáveis da ficção

Nós da Estante somos chatos, muitos chatos, assumimos nossa chatice! Um bom exemplo desse nosso temperamento é que às vezes aquilo que todo mundo gosta, não nos agrada! Por isso, dessa vez, escolhemos os 5 casais da ficção que nós detestamos!
5. Romeu e Julieta – Shakespeare (por Rafael Castro)
Romeu e Julieta, um dos trabalhos mais medíocres de Shakespeare, conta a história de Romeu, um mulherengo volúvel de 16 anos, que troca de “namorada” a cada dois dias e, num belo dia (tecnicamente foi uma noite), enquanto sofre de “hipertensão do epidídimo” (é, eu sei, coisa horrível de se dizer, mas tenham certeza de que é a forma menos pior de se passar a ideia), conhece Julieta, uma virgem pré-adolescente de 13 anos. O romance deles dura três dias e deixa seis mortos. Incluindo a última herdeira dos Capuleto.
Note-se também que Romeu só ficou tanto tempo com Julieta porque não podia tê-la, porque assim que ele “desse umazinha”, ele ia largá-la e partir para outra.
Ah, o amor eterno… ah… O amor adolescente… No entanto, as pessoas costumam se lembrar apenas das versões cinematográficas, sem recordar o que realmente acontece. (Sendo honesto, devo admitir que eu prefiro uma Claire Danes ou Grace Helbig a qualquer outra garotinha por aí).
E Rafael, por que um dos mais medíocres trabalhos de Shakespeare?
Resumidamente, Shakespeare tinha dois estilos: comédia e tragédia. As tragédias, como Romeu e Julieta ou Hamlet terminavam com uma contagem de corpos maior que a Peste Negra. As comédias não eram necessariamente engraçadas, mas sim as que terminavam com um final “feliz”, ou, no mínimo, não terrível. Uma das comédias mais representativas e minha favorita em particular é Sonho de uma Noite de Verão, por motivos de Titania!
Para escrever Romeu e Julieta, Shakespeare vai beber em duas fontes: uma lenda italiana homônima e Tristão e Isolda e uma lenda celta de cerca de 4 séculos antes. O problema é que a Romeu e Julieta lhe falta a sensibilidade e delicadeza de Tristão e Isolda e todo o questionamento de subjetividade que Shakespeare encontra para Hamlet, que é, sem dúvida, uma das obras primas dele.
4. Branca de Neve e o Príncipe Encantado Panaca (por Juliana Cavalcanti)

 

Branca de neve é uma história que ajuda a perpetuar a misoginia, apoio ao esquerdomacho e normatização da prática ao estupro, necrofilia. Por fim, é o casal que mais me chocou e ainda me choca, nunca me reconheci na Branca de neve, modelo de mulher submissa, que não tem cérebro.
3. Bella e Edward – Crepúsculo (por Michele Lima)
Não gosto da Bella nem com o Jacob e nem com Edward. Bem não gosto da Bella, por ser uma personagem chata e sem amor próprio, mas junto com Edward ela praticamente desaparece para voltar a ter valor e ser heroína fodona na ultima parte da série. A química do casal é até aturável no livro, mas no filme é sofrível. E olha que os atores namoravam na vida real!

2. Catherine e Heathcliff – O Morro dos Ventos Uivantes (por Ana Seerig)


Definitivamente o casal mais sem sentido já criado. Não há muito a comentar já que nada interessante acontece de fato na história. Catherine nem sabe o que é ter personalidade, Heathcliff tinha tudo pra ser um bom personagem, só que em nenhum momento ele age com a personalidade que aparenta ter. O mais ridículo não é nem a Catherine casar com outro e ter uma filha com o mesmo nome dela. Não, o ridículo é o Heathcliff achar que a vingança ideal (ou seria realização pessoal mesmo?) é fazer o próprio casar com ela. Sempre me disseram que O morro dos ventos uivantes era um belo romance. Bom, primeiro que eu não sei onde tem romance aí, é mais um amor infantil e tosco, e de belo não tem nada. É enrolação pura. Querem um bom casal? Vão ler Jane Austen, onde ambos tem personalidade e tomam atitudes (certas ou erradas, mas sempre com consequências válidas), tudo que falta em Catherine e Heathcliff.
1. Elena e Damon – The Vampire Diaries (Por Marise)
Delena para mim é o casal mais nojento de toda ficção de todos os tempos. Explico. Vejam bem, durante quatro longas temporadas Elena teve como alma gêmea e escravo fiel o irmão Salvatore mais novo e cheio de boas intenções, Stefan, que apesar de um passado bastante obscuro estava sempre lutando para fazer a coisa certa e para ele fazer a coisa certa era salvar Elena de todos os perigos. Stefan era capaz de tudo para deixar a salvo a amada, inclusive obedecer a ordens do tipo “salve meu amigo antes de me salvar” e assim, cumprindo ordens de Elena é que Stefan passa a não significar nada para ela. Ao virar vampira, Elena não se sente mais viva com Stefan. Que diabos é isso? Ela virou vampira, está morta! E Stefan que leva a culpa. E sim, Stefan é culpado, afinal, quem mandou ele ter um irmão super sexy e muito, muito lindo? Por isso as fãs fanáticas e completamente encantadas pelo sofrimento do lindo Damon acham lindo quando ela se joga diretamente na cama dele e acalma a rebeldia do irmão Salvatore mais bonito, enquanto Stefan morre afogado várias e várias vezes preso no fundo de um rio dentro de um cofre! E para conseguir se manter um pouco humano enquanto afoga, em quem Stefan pensa? Em Elena, claro! A doce Elena que se encontra jogada na cama do irmão dele. O lindo e revoltado Damon que passa a ser um belo idiota nas mãos da amada. Ele faz tudo o que ela quer, se esforça o tempo todo para ser um bom menino, um bom namorado, um bom serviçal e assim perde todo o charme do personagem. De encantador mau caráter o irmão Salvatore mais velho vira um fantoche nas mãos da doce Elena, tão doce que dá vontade de vomitar.
Não satisfeita em desprezar o amor da sua vida e escravo por quatro temporadas, quando Stefan morre ela não é capaz de soltar uma lágrima sequer, nem espremendo cebola! Porém, quando Damon morre ela chora tanto, mas tanto, mas tanto que não morreu afogada porque já estava morta e chorou mais do que quando seu irmão e sua tia morreram. Delena, o casal mais egoísta de todos os arquivos vampíricos.
Sorte a nossa é que o deus das séries não dá asas a cobra ou a vampiros e Elena achando pouco demais ser a mocinha de uma série infanto-besta-juvenil assistida por mim, uma senhora de mais de 50 anos, e querendo ela mostrar seu talento em outras artes, vira a bela adormecida e não só abandona Stefan que ainda bem já se recuperou e já está em outra, mas também abandona a série, com a vantagem de que agora Damon pode voltar a ser o irmão impulsivo e revoltado cheio de charme que a gente adora perdoar, apesar de todos os erros. Só tem um erro imperdoável, o amor cego pela Elena.
Longa vida a The Vampire Diaries e a Damon, sem Elena.
Bem, não esperamos ter agradado a todos, mas é a nossa humilde opinião!
Michele Lima

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  • Ahhh, fiquei meio neutra na maioria, mas tenho que discordar de Heathcliff e Cathy... Não sei, eu amo esse livro, acho a questão da obsessão dele fenomenal e um lindo casal, mesmo que não tenham ficado juntos. As entrelinhas contam muito, logo de cara parece bobo, mas se explorarmos o lado humano, fica interessante. Mas essa é a louca dos clássicos falando hahaha

    Beijos

    Meu Meio Devaneio

  • Oi Michele!

    Show de bola essa sua postagem. Eu não sou fã de Crepúsculo e The Vampire Diaries eu não li, tenho o primeiro , terceiro e quarto livro todos ganhados em sorteio. Já pensei em ler o primeiro, mas como não tenho o segundo sempre adio a leitura. Já no O morro dos ventos uivante eu discordo, eu colocarei no lugar dele a Ana e o Grey de 50 tons. Vou explicar: A história de 50 tons não é tão ruim, para quem gosta do gênero, eu só acho desnecessário ser uma trilogia, porque o segundo livro foi uma enrolação total e a Ana cansa muito. Um único livro daria para contar a história tranquilamente.

    Bjão

    http://historiasexistemparaseremcontadas.blogspot.com.br/

    • kênia, vou invadir aqui e te responder, eu acho, mas só acho, não posso te dar certeza, não vale a pena ler os livros de Vampire Diaries, são muito doidos. A autora é doida demais, muita coisa não faz sentido, eu li 3 livros e desisti, a série é melhor, mas nos livros até onde sei, acho que até no 5º a Elena ainda tem como grande amor o Stefan.

  • Olá!

    Vocês não curtem o casal Crepúsculo? Venham me dar um abraço! Dos citados, eles não dizem nada, um monte de picolé de chuchu, mas Bella e Edward não dá mesmo, ô casal insuportável!

    resenhaeoutrascoisas.blgospot.com

  • eu não gosto do casal da saga crepúsculo. a autora é religiosa e não queria nem beijos. esse amor irreal nos dias de hj e sobre uma doutrina acho um retrocesso. o mais surreal é q essas doutrinas abominam crepúsculo pq é um culto ao demônio pelo vampirismo. surreal. beijos, pedrita

  • Que postagem radical... Estou deveras impressionado! Os casais apresentados, são quase clássicos. Alguns, o são realmente. Discordo radicalmente de todas as opiniões, exceto de duas: As de Marise e Michele. Da primeira, por não conhecer o assunto. Nunca li nada a respeito deste tema abordado por ela. Não conheço nem nunca ouvi falar nesse Diários de Vampiro. Não posso opinar a respeito, portanto. Com relação à opinião de Michele, concordo inteiramente. Considero esse casal da saga Crepúsculo, verdadeiros "picolés de chuchu", pegando carona na opinião de algum dos comentários. Adorei essa expressão. Retrata exatamente o sentimento que o casal de Crepúsculo passa. Totalmente desenxabido.
    Agora, dizer que Romeu e Julieta é um "trabalho medíocre" é, no mínimo, um disparate. Desculpe, Rafael. Você está fazendo uma análise de um clássico, não de uma obrazinha barata e medíocre como, por exemplo, essas histórias de vampiros que se encontram por aí. Para se analisar um clássico, você precisa, necessariamente, analisar a época em que ele foi escrito.
    O mesmo se diga em relação a Branca de neve. Isto é um clássico, Juliana! Falar em necrofilia nessa história é outro disparate. Vamos ser sensatos minha gente. Ela não estava morta, apenas dormindo. Mulher submissa e sem cérebro? Por quê? Alem do que, na época que o conto foi escrito, a mulher era mesmo submissa. Era a cultura da época. Mas estupro? Onde? Você está querendo criar chifre em cabeça de cavalo minha querida.
    Para o final, deixei o comentário sobre o que escreveu Ana Seerig. Inteiramente desproposital e absurdo. Você comentou sobre o quê afinal? Sobre o livro de Emily Bronte, sobre a primeira versão do filme (1939), da última versão para o cinema (2009) ou de alguma das inúmeras versões para TV, do clássico de Bronte? Não dá pra comentar sem este esclarecimento prévio.
    Mas, se o que vocês queriam era provocar polêmica, realmente, conseguiram.

    Sou Alberto Valença do blog Verdades de um Ser e colaborador do Meu pequeno vício. Agora criei também um blog de viagens - O seu companheiro de viagem

    Verdades de um Ser
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    • Olá, Alberto.
      Primeiro, quanto a Branca de Neve: como você deve saber, as versões comuns dos contos de fada de hoje em dia são bem diferentes das "originais".
      A Bela Adormecida não acorda com um beijo, mas sim, 9 meses após ser estuprada pelo príncipe (ou rei, depende da versão), quando seus filhos nascem e um deles, com fome, suga a ponta de seus dedos e tira a farpa de seu dedo. Mais tarde, a Bela Adormecida se casa com o mesmo príncipe.
      As irmãs postiças de Cinderella perdem parte de seus pés para tentarem caber no sapato de cristal.
      E, no caso da Branca de Neve, ela está morta. Ela morre com o veneno da maçã da Rainha. O príncipe encontra o seu cadáver, bem preservado, e a estupra. Durante o estupro, o pedaço de maçã que estava preso em sua garganta se desaloja e ela ressuscita.

      Quanto ao Shakespeare, eu não disse que Romeu e Julieta era um trabalho medíocre, mas sim que era um dos trabalhos mais medíocres de Shakespeare.
      Há uma diferença. Considerável.
      Além disso, não acho que cânone seja sinônimo de qualidade e muito menos de qualidade em cada único paragrafo que escrevem. Vejamos por aí afora os Gabriel Garcia Márquez e Joaquim Manoel de Macedo (estou olhando para as Vítimas Algozes).

      Agora, por que digo que Romeu e Julieta é um dos trabalhos mais medíocres? Porque falta inspiração. E falta uma discussão tocante, forte e arrebatadora.
      Em Hamlet ele traz a questão da subjetividade.
      Em Othelo, ele traz, sob última instância, a perda da própria subjetividade e o decaimento do homem.

      E em Romeu e Julieta? Qual a discussão? Qual a grandiosa inspiração? Qual o magnífico plot twist?
      Seis morrerem e acabar com uma família para mostrar que adolescentes não sabem o que é amor?
      Ou apenas comprovar a idéia maquiavélica de que só se termina uma disputa quando um dos lados está morto?

      Continuo insistindo na idéia Shakespeare tem coisa muito melhor, e tem casais muito melhores.
      Apesar disso, Romeu e Julieta tem citações muito boas, como na morte de Mercutio ("a plague o'both of your houses!") e, a minha favorita, da morte de Julieta ("O happy dagger, this is thy sheath.").

    • Meu texto foi barrado por excesso de caracteres. Vou ter que dividi-lo em dois.

      Minha cara Michele, o fato de Rafael estudar Shakespeare não o torna dono da verdade e, este fato, era inteiramente desconhecido por mim, até ler esta sua afirmativa. Não vejo portanto, nada de cômico. Agora, permita-me, dirigir-me a ele.

      Meu prezado Rafael, primeiramente, com relação à Branca de Neve, eu nem sabia, confesso minha ignorância neste sentido, que havia versões tão absurdas desse conto. Nunca tinha ouvido falar delas mas, advirto-o de que, Branca de Neve e a Bela Adormecida, são personagens distintos. Acredito que você saiba. E, no texto de Juliana, não há nenhuma menção, à personagem Bela Adormecida, que foi criada por Charles Perrault. Diferentemente, Branca de Neve foi criada pelos Irmãos Grimm ou, pelo menos, foram eles os responsáveis por sistematizar a lenda alemã que o povo contava desde tempos remotos. Para mim, só esta versão merece consideração. O resto é deturpação do texto original que, pelo menos de mim, só merece execração, não passa de imitação barata. Meros detalhes insignificantes.
      Posteriormente, Walt Disney, em 1939, realizou um desenho animado baseado na história original, que é a verdadeira. Nela, Branca de Neve não morre. Sinceramente, não recordo se no filme (eu assisti a ele há mais de 50 anos) tem beijo ou não mas, no conto dos Irmãos Grimm NÃO TEM. Ela desperta com os solavancos da carruagem do príncipe que a transportava para seu castelo, e isso desaloja o pedaço de maçã envenenada que ficara preso em sua garganta, permitindo assim que ela voltasse a respirar. Logo não tem nada de necrofilia.
      Essas versões espúrias e desautorizadas da versão original, não merecem nem sequer que se as considere, quanto mais discutir sobre elas.

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    • Continuando...

      Sobre Shakespeare, desculpe-me mais uma vez. Estou sabendo agora que você é um estudioso deste ícone da literatura universal e, pelo que você escreve na sua contestação, você deve ter lido a versão original em inglês deste poema romântico. A versão que li foi uma tradução para o português. Não vou me ater a pormenores pois isso iria fazer esta tréplica ficar tão grande que nem você iria ler mas, quero tecer algumas considerações.
      Primeiro, eu tinha percebido que você não tinha dito que o texto shakesperiano era medíocre. Não disse diretamente mas, indiretamente, o disse, sim! E a diferença entre o que você realmente disse, e o que eu escrevi, não é tão considerável assim não. Na verdade, em conclusão, o que você disse foi que Romeu e Julieta era um texto medíocre sim. Ora, se ele "é um dos trabalhos mais medíocres" do autor, você está dizendo até mais do que eu disse! Você está, na realidade, dizendo, que Shakespeare tem, não só este, mas outros trabalhos medíocres.

      Creio ser muita pretensão da sua parte, dizer uma coisa dessas. Acaso você tem algum texto no nível de algum dos "trabalhos medíocres" de Shakespeare, como você chamou?
      Inspiração? Realmente não tem. O texto é uma reprodução de uma história provavelmente real. A inspiração ele foi buscar em Dante Alighieri (A divina comédia) e até em Ovídio (Metamorfoses), escrito antes de Cristo. Agora, criatividade, ele teve muita! Os diálogos entre Romeu e Julieta são algo impar, grandioso. "Não jures pela lua, que tem seu semblante inconstante" ou "ela ensina as próprias tochas a brilharem" são frases que li há mais de 20 anos e ainda as recordo, tamanha a força que elas têm. O destaque dado por ele às luzes e à escuridão é algo muito relevante também.
      Dizer que não existe nada de grandioso em Romeu e Julieta, na minha ótica, é algo que soa como uma asneira. Desculpe. Não estou querendo lhe agredir. Gostaria muito que isso não ocorresse mas não tenho outra palavra pra colocar.
      Romeu era mulherengo sim! E daí? Isso era. No passado. Embora esse passado seja de apenas um dia, é tão distante no tempo, do momento que ele vive após conhecer Julieta, como é distante o tempo que vivemos hoje e o que Cristo viveu. Há um profundo abismo entre esses dois acontecimentos: Romeu mulherengo e Romeu amando Julieta.
      Para finalizar, vou falar apenas na quantidade de apresentações desta peça e da influência que ela exerceu, ao longo da história, na literatura universal. Romeu e Julieta, foi uma das peças mais encenadas da história da humanidade. Esta peça influenciou inúmeros escritores ao longo do tempo, desde que foi escrita. Temos até um brasileiro, Visconde de Taunay, que escreveu um romance semelhante, sem falar nos textos escritos por inúmeros autores com alusões diretas ou indiretas ao famoso casal. A morte dos dois é carregada de simbolismo. Não pode ser vista ou analisada como uma simples morte como você falou de "uma disputa só termina quando um dos lados morre." A morte deles é algo grandioso! Mas não vou estender-me mais. Bem, teria muito mais a dizer mas vou parar por aqui. Isso não é assunto pra ser discutido por aqui.

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    • Citei três contos de fadas distintos cujas origens são muito diferentes das que temos hoje em dia. Não acredito que os Irmãos Grimm mereçam mais consideração que as histórias de tradição oral que em grande parte foram perdidas. Afinal, as histórias, como as línguas, nascem oralmente e, enquanto assim o seguem, são vivas. Um autor nacional afirma que uma gramática é um esqueleto de uma língua, sendo assim só é possível um esqueleto de uma língua morta, como o latim (entendamos língua morta como uma língua que não é a língua materna de ninguém, afinal, idiomas não se perdem nunca, apenas se ressignificam e influenciam outros). Podemos parafrasear dizendo que o conto de fadas escrito é um esqueleto de algo muito maior que um dia viveu.
      Sabe-se que a vida dos camponeses, do povo, do pobre, era dura e violenta. Os camponeses que contavam estas versões "espúrias" falavam do que conheciam. De uma vida de violência.
      Talvez te interesse buscar versões anteriores aos contos dos Irmãos Grimm, afinal, esta não é nem de longe a verdadeira e muito menos a original. Afinal, o conto nasce do povo, para o povo, pelo povo. O que eles fazem ao compilar é não apenas registrar (e supostamente salvar para a posteridade, embora haja controversias quanto a isto), mas sim aproximar da burguesia, não diferente do que Poe faz com o terror.
      Além disto, vale notar que os Irmãos Grimm estavam entre os primeiros a romper o paradigma de que as crianças eram "adultos pequenos" e considerar que as versões dos contos para adultos eram pesadas demais para crianças, iniciando assim um processo de "higienização" dos contos.
      Este processo só viria a ser efetivamente posto em prática na era Vitoriana, com as noções de pureza tornando a ficção infantil pura e santimonial.

      Quanto a Shakespeare, agora que você esclareceu, te digo: você me entendeu errado. Eu dizer que esta é uma das obras mais mediocres dele significa que, comparando às outras obras dele, esta é inferior e mediana, da mesma forma que Coraline e Entremundos são dois dos trabalhos mais mediocres do Gaiman.

      Quanto ao seu argumento de "para falar mal, tem que fazer melhor", sempre achei este um argumento mais naïve que há. Também não quero te agredir, mas acho este argumento ultrapassado, naïve e desmedido.
      Caso fosse necessário, não haveria crítico algum no mundo, e você estaria jogando fora a obra de Benjamin e Eliot.

      Quanto aos diálogos de Romeu e Julieta, não vejo a maior parte como sendo tão grandiosa (embora haja exceções, como disse), afinal, reproduz a fala que era ainda contemporânea. Não é diferente do que provavelmente ocorrerá em alguns séculos com escritores como Mia Couto, J. R. R. Tolkien ou Saramago em alguns de seus textos mais inspirados, entre outros.

      Ainda assim, isto entra na questão da subjetividade que, felizmente, é intrínseco a cada um de nós. Não sei o que você significou nos trechos destacados que leu há 20 anos, mas é referente a você e apenas a você.

      Mas discordo completamente do que você diz que Romeu amando Julieta era diferente, e fundamento meu argumento em Kastrup, e ainda afirmo: baseado no Modus Operandi de Romeu, assim que ele transasse com ela, ele a abandonaria.

      Digo novamente, ser cânone não exime ninguém de críticas, nem de paródias, nem de releituras. Não exime de falhas. Apenas significa dizer que foi importante (ou segue sendo) e que alterou (ou segue alterando) a literatura.

    • Olha se pra falar mal tem que fazer melhor vamos fechar as universidades, nenhum professor meu de literatura escreveu algo melhor do que muitos autores cânones, autores que discutimos e por vezes chegamos sim a conclusão de que são medíocres em algumas obras clássicas, embora sejam fantásticos em outras.....

  • Oi.
    Caramba, excelentes escolhas.
    Pode até ser polêmica porque muita gente gosta desses casais, mas eu concordo com as opções.
    Romeu e Julieta é meloso demais e vendo as justificativas da escolha eu concordo plenamente, especialmente porque Romeu era um galinha assumido.
    Branca de neve é algo idealizado demais.
    Bella e Edward é meloso demais tbm e ao meu ver não tem tanta química.
    O morro dos ventos uivantes eu não li, nem vi o filme, mas acredito que o romance é bem fraco.
    Damon e Elena até onde assisti se davam bem, mas aí não acompanhei mais a série.
    Pelo visto ele se transformou numa versão ainda mais mandada de Stefan e aí perdeu a graça.
    Abraços.
    Diego || Diego Morais Viana

  • A mim vcs agradaram imensamente!
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Com exceção de Elena e Damon, que não conheço (Me julguem, mas nunca vi a série e nem li os livros, apesar de tê-los na estante), conheço todos e compartilho da opinião de vocês.
    Chegam a dar vontade de vomitar. Afff.
    Adorei o post! Muito ousado! kkkkkkk

    Beijos!
    º(^ . ^)º
    Fabi Carvalhais
    http://pausaparapitacos.blogspot.com.br

    • Ousado é uma palavra legal, muito melhor que polêmico! A sinceridade de nossas opiniões não pode gerar um desconforto brutal, é apenas opinião. Adorei o "ousado"!

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