Título Original: Le Declin de L’empire Americain
Denys Arcand, diretor canadense, gosta de fazer filmes capazes de “mexer em feridas” e, acima de tudo, nos fazer pensar (e muito!). O primeiro filme com o qual tive contato foi “Jesus de Montreal” (1989), produção posterior a abordada hoje, a qual mexeu muito comigo pois Arcand soube como poucos fazer uma bela atualização da mensagem de Jesus e uma crítica as atuais portadoras do falar de Jesus. E foi isso, mas minha pesquisa base sobre o diretor que me levou “A Queda do Império Americano”.
O filme é ambientando no Canadá na década de 1980, gira em torno de nove personagens: Dominique (Dominique Michel), Louise (Dorothée Berryman), Diane (Louise Portal), Danielle (Geneviève Rioux), Pierre (Pierre Curzi), Rémy (Rémy Girard), Claude (Yves Jacques), Mario (Gabriel Arcand) e Alain (Daniel Brière). Todos historiadores da Universidade de Laval, com exceção de Mario.
A maior parte da trama se desenrola a partir de um bate papo entre os homens, menos Mario que estava do lado de fora da casa aguardando Danielle, que preparavam o jantar e nesse meio tempo falavam sobre suas aventuras amorosas. Em contraponto, temos também um longo diálogo entre as quatro mulheres que estavam na academia. As conversas ainda que paralelas, em alguma medida vão estabelecendo profundos laços uma vez que demonstra profundos problemas advindos da modernidade e das relações estabelecidas por um sistema capitalista cada vez mais globalizado.
O ápice dessas discussões ocorre quando as mulheres chegam a casa em que se encontravam os historiadores. Arcand não apenas coloca em xeque a crise que se estabelece quando as ideologias parecem não mais existirem (uma das personagens lembra que com o desmoronamento de ideias marxistas-leninistas, as pessoas não tinham mais uma base para se projetar no futuro, uma realidade muito década de 1980 mesmo), bem como mecanismos (leia-se: a traição como dispositivo para garantir um casamento duradouro) que determinadas instituições, tomam para si continuarem parecem não mais se sustentarem.
Ou melhor, dentro de um mundo contemporâneo em que tudo é fluído e pode ser (re)construído e ou (re)pensando, determinados argumentos e instituições se vem ameaçadas ou muito próximas de declinarem, pois o elemento que garantia a sua permanência é uma inconsciência cada vez próxima de um despertar.
Até a próxima!
Bjs,
Juliana Cavalcanti
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Olá, Juliana.
Eu ainda não conhecia esse filme e nem o diretor que você falou tão bem. Mas não me interessei pleo filme, não é o que gosto de assistir. Como quase não paro para assistir nenhum filme, quando vou assistir dou preferencia aos meus gêneros favoritos.
Blog Prefácio
Adoro filmes que são inteligentes, cheios de conteúdo e reflexivos. Sua resenha foi tão bem escrita e convidativa, que fiquei a fim de conferir essa história. Por algum motivo, me lembrou de O ponto de mutação. Beijos, Mi
Blog Recanto da Mi
Oi Juliana, parece ser muito legal esse filme. Não o conhecia mas vou procurá-lo para ver após esses seus comentários. Gosto muito de filmes que falem sobre o Império Romano e, de um diretor com estas características citadas por você e que também não conhecia, fica ainda mais atrativo.
Sou Alberto Valença do blog Verdades de um Ser e colaborador do Meu pequeno vício. Agora criei também um blog de viagens - O seu companheiro de viagem
Verdades de um Ser
O seu companheiro de viagem
Interessante
http://allancar.blogspot.com/