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A Trilogia do Mago Negro [Resenha Literária]





A Trilogia do Mago Negro
Autora: Trudi Canavan
Editora Novo Conceito 


Eu não consigo fazer a descrição minuciosa de um livro. Mesmo com toda a concentração necessária eu sou capaz de voar, viajar e ter que voltar várias vezes ao mesmo parágrafo e ainda me esquecer de muita coisa depois que fecho o livro. Guardar detalhes? Não é comigo mesmo! Nem em filmes, novelas, seriados, muito menos em livros. Eu uso a desculpa de que recebo muitas informações de todos os tipos todos os dias e não consigo guardar tudo. Fato é que eu na verdade faço uma crítica dos livros que leio e não um detalhamento do que foi escrito. E vou ter que continuar assim, preguiça de mudar a esta altura dos acontecimentos.
Quando eu comecei a ler a “Trilogia do Mago” eu não estava em um bom momento. Eu tinha acabado de descobrir ser portadora de uma doença renal grave e incurável, sem tratamento, mas eu ainda tinha a ilusão de que ia ser fácil. Não foi fácil, mas eu superei. Porém, nesta época eu achei a trilogia ruim, mas eu achei que era porque eu não estava em um bom momento. Passado um ano e meio eu ainda acho a trilogia ruim. Não é de todo ruim, mas não é o que eu esperava.
Basicamente é a história de uma menina pobre que tem poderes que só os mais abastados possuem e após tentar fugir de todas as formas possíveis, ela acaba indo estudar magia no clã dos magos e é absurdamente perseguida. Eu digo absurdamente porque a autora explora demais esta perseguição como se fosse mais importante que outros detalhes da vida de Sonea. Ela tem seu guardião e amigo, mas é tão perseguida que acaba nas mãos do Lord Supremo que é de índole duvidosa. Magia negra é proibida e tudo indica que Akkarin, o Mago de todos os Magos, pode estar praticando este tipo de magia.
Sonea começa a ser instruída por ele e a fazer mais e mais questionamentos sobre o que é certo e o que é errado no mundo em que eles vivem.
Nos livros nós encontramos situações de preconceito, de desigualdade entre os povos, de ódio desmedido. O povo sofre enquanto os magos vivem sob luxo e conforto.
Sonea é uma protagonista forte, decidida, corajosa, mas assim mesmo eu não consegui enxergar como foi construído o romance que ela vive. Eu não percebi quando começou e como começou. Pra mim faltou a ligação mágica que faz um casal ser apaixonante. Onde estava o amor que eu não vi? Onde estavam as palavras e os gestos que formam uma relação?
O casal não me encantou, a história me prometeu mais e não me deu. A autora deixou algumas situações em aberto, apesar de ter criado um suspense enorme em torno da viagem de Lorde Dannyl que passa a investigar o passado dos magos e tentar conectá-lo ao Lord Supremo.
Tem magia, tem mistério, tem muita explicação sobre o mundo dos Magos, tem muita palavra, tem tudo para ser um livro incrível, mas eu não consegui me ligar a ele.

O final me frustrou e deixou um arco suspenso, a autora, se quiser, pode a partir dali escrever mais sobre os personagens que para mim, ficaram presos na promessa de uma grande aventura, mas eu não posso prometer que leria uma continuação.

Esta é a segunda vez que tenho a coragem de dizer que li e não gostei.
Nota:
Marise
Michele Lima

View Comments

  • Olá!

    Poxa, que pena que você não curtiu a leitura, achei uma premissa bem interessante, vou procurar saber mais sobre os livros e se eu puder, dar uma chance a eles.

    resenhaeoutrascoisas.blogspot.com

    • Kamila eu te respondi ontem, mas parece que o google comeu o comentário. Eu queria que você me contasse o que achou quando ler a trilogia! Gostaria de saber sua opinião.

  • Parte da beleza está na espectativa, e a espectativa se estrutura na medida. Quero dizer que não podemos ler um livro deste esperando encontrar uma literatura machadiana, ou um livro extraordinário. Temos que saber adequadamente a régua que utilizamos para cada livro. De forma geral eu gostei da trilogia. Primeiro reconheço a dificuldade que é manter um enredo durante três livros sem que este enredo se torne maçante. Segundo, que gosto de algumas mensagens que particularmente considero paralelas e sutis à história em si, como o jogo dual de cores (o negro representando o ruim apenas para os superficiais), como uma característica apolínia e dionisíaca ainda que de forma bem teen e superficial, a batalha dos pobres e das mulheres contra o preconceito, etc...

    Acho uma ótima trilogia para quem quer passar o tempo e introduzir-se em um universo da fantasia com uma pitada de pensamentos pontuais como os que citei. Para os que querem fantasia de boa qualidade, recomendaria outras sagas, como a Saga Otori e Crônicas do Matador do Rei, ou livros como O Gigante Enterrado.

    Abraços

  • Interessante a resenha. Você deu uma segunda chance e mesmo assim não gostou. Gostei disso. Deveria fazer isso com o livro Deuses Americanos que li uma vez e não gostei. Vai que né?

    Não me arrisco a trilogia agora. Preciso terminar umas séries que estão em aberto.

    Até mais

    • Eu tentei dar outra chance para o Guia do Mochileiro das Galáxias e não consegui, mas também estou com um monte de séries pra ver e uma lista de livros, oh vida complicada, rsrsrs.

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Michele Lima

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