Davy Liu |
Estava aqui pensando em o que escrever vez para a Páscoa desta vez. Às vezes a criatividade falta, mas minha amiga deu a ideia de falar sobre animações bíblicas.
E esse é um assunto sobre o qual sempre quis falar, mas jamais rabisquei algo. E a ideia dela me fez lembrar do ex-desenhista da Disney Davy Liu (desenhista que participou de diversas animações entre elas “Mulan” e “A Bela e Fera”), ele largou tudo para se dedicar a produção independente de animações do gênero bíblico.
Eu diria que é uma pergunta difícil de ser respondida, pois há vários elementos que envolvem a questão.
Greg Gregoire, produtor de um curta japonês sobre a Paixão de Jesus, nos dá bons indícios sobre isso, segundo ele:
“o clássico filme “Jesus” é superior a 31 anos e ainda muito eficaz em muitos contextos, a próxima geração – a geração Internet – e outras audiências dos meios de comunicação sofisticados precisava de uma maneira diferente de conectar com a história”.
Animação japonesa: “My last Day” |
Em outras palavras, as animações bíblicas seriam apenas mais um reflexo de nossa sociedade que vive em uma dupla realidade.
Inovamos com recursos tecnológicos, mas ainda carregamos concepções criacionistas; buscando um discurso de verdade por intermédio das imagens (no caso das animações); abrimos espaço para um mercado cristão, mas ofuscamos um mercado de religiões afro, por exemplo.
É claro, eu estaria sendo tola se não levasse em consideração animações do tipo de ‘contracultura’. Chamo assim, pois são animações que trazem personagens bíblicos como Jesus, mas de uma forma muito caricata (Jesus o caçador de Zumbi, é um bom exemplo disso que começou como HQ, depois foi um curta em animação e agora se tornou filme) e em alguns casos fazendo fortes críticas as instituições cristãs. No gênero HQ no Brasil temos as animações do Carlos Rua “Um sábado qualquer” e o “Jesus Maneiro” (se o pessoal gostar prometo fazer um post sobre ambos).
O fato é, o mercado é tão amplo que desbancou para o mundo dos animes/mangás e vem ganhando forma (no gênero humor temos o Saint Young Men). O que não significa dizer que o Japão produza versões alternativas. Muito pelo contrário, perpetua-se a mesma leitura encontrada nas narrativas bíblicas. Não há espaço para o novo, para um Jesus que não seja o dos evangelhos ou um Moisés de Deuteronômios e Êxodo. Ou ainda, não há um aproveitamento dessas produções para se refletir que essas histórias são construções humanas e que por serem criações há sempre espaço para o novo. Mesmo os animes corroboram para produções onde só há uma verdade única. Onde só fez faz basicamente teologia e por vezes a perpetuação de algumas ideias que não corroboram para um discurso mais plural e/ou respeitoso.
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Oi Juliana!
Nossa, esse post foi bem diferente! Nunca parei para assistir uma animação bíblica... Na verdade, acho que a única que vi foi Príncipe do Egito, de alguns anos atrás.
Beijos,
Sora - Meu Jardim de Livros
Olá!!
Enquanto lia esse texto não pude deixar de lembrar da animação O Rei do Egito, que conta, na forma de desenho a história de Moisés. A parte engraçada é que eu gostei dela na época e só depois (quando fiz catecismo), me toquei que era uma história bíblica. Acho legal fazer esse tipo de coisa, principalmente quando nada novo é inventado na história, o que dá a possibilidade de atingir as massas que não assistem filme, ou que não iriam atrás dessa história por si só.
Até mais
Amei o tema do post, pois é muito diferente. Acho muito importante, especialmente para aproximar as crianças das histórias bíblicas.
http://blogquerida.blogspot.com.br/