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O Guardião de Memórias [Resenha Literária]





Livro: O Guardião de Memórias



Autor: Kim Edwards
Editora Arqueiro
Neste livro temos a história do Dr. David que durante uma forte nevasca em 1964 tem que fazer o parto de seus filhos, o que ele e sua esposa Norah não sabiam é que ela estava grávida de gêmeos.
O menino nasce perfeito, mas a menina tem síndrome de Down. Guiado pelo sofrimento de ter tido uma irmã doente com morte prematura, que abalou a mãe do Dr. David profundamente, ele pede a sua enfermeira Caroline que leve a criança para uma instituição onde ela seria criada, porém, a enfermeira acha o lugar horrível e não tem coragem de entregar a criança. Apaixonada pelo Doutor e sabendo que ele jamais retribuiria seus sentimentos, Caroline vai embora levando com ela a pequena e adorável Phoebe. Assim, Dr. David passa a vida remoendo o que fez sem conseguir contar para sua esposa a verdade e aliviar assim o sofrimento dela pela perda da filha, pois o Doutor diz a ela que a menina morreu.
Enquanto a vida de David, Norah e o filho de ambos, Paul corre por caminhos paralelos, Caroline cria a criança com amor, carinho e faz tudo que é possível para que ela tenha o melhor, mesmo que o melhor seja impossível. E ela luta pelo impossível!
Os anos passam e assim sabemos como os personagens sobreviveram com suas dúvidas, principalmente como Dr. David administrou as consequências do seu ato e o sentimento de que não deveria ter dado a menina, uma vez que precisa conviver com esta culpa, mas é covarde demais para contar a verdade.
O livro é uma fonte de informação, inclusive pra mim. Eu nasci em 1961 e não fazia ideia de como as crianças especiais eram tratadas, fiquei revoltada em alguns momentos enquanto lia o que fizeram com Phoebe. Fiquei indignada com o Dr. David, incomodada com o comportamento de Norah e não consegui simpatizar com o personagem Paul, enquanto Phoebe foi me cativando a cada parágrafo.
Na maior parte do livro a autora analisa o comportamento do Dr. David ao guardar um segredo tão importante e que poderia marcar para sempre a sua família e talvez de modo bem negativo, porque nenhuma mãe conseguiria reagir bem ao descobrir que lhe tiraram uma criança.
O modo como a autora percorre o personagem do Dr. David chega a torná-lo tão humano que é possível que o encontremos em qualquer esquina, do mesmo modo ela deixa Norah transparente em seus sentimentos pelo filho, pela filha perdida e por David, e trata com carinho especial o adolescente Paul. A construção dos personagens é uma qualidade do livro. O defeito é que às vezes ela enrola demais, fala demais a mesma coisa, coloca detalhes demais que não são necessários para a história, tem até uma personagem que entra no meio da história que eu não entendi e não vou entender por que ela foi parar ali, mas não é nada que impeça de chegarmos ao final. E eu não sei se gostei do final. É um livro intenso onde temos que analisar e julgar os personagens, sendo que posso garantir com toda certeza deste mundo que eu não sou uma boa juíza!

Nota:
Marise
Na Nossa Estante

View Comments

  • Minha irmã tem esse livro! Lembro de ter pegado e lido a sinopse. Sempre tive curiosidade pra saber do final. Só pelo pouco que soube já fiquei meio revoltada [o doutor dar a sua própria filha], imagina se lesse... (enrolar é uma coisa que não sei fazer muito bem, mas que não gosto em certos livros) ••● @ emilie

  • Oi Marise. Adorei a resenha, mas não é um tipo de livro que eu leria. Acho essas histórias com crianças especiais sofrida demais e acho que me desmancharia em litros de água. Bjoks da Gica.

    umaleitoraaquariana.blogspot.com

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