Eu sabia que assim que começasse a ver “Walt nos bastidores de Mary Poppins” (por Deus quem traduziu o nome original do filme “Saving Mr. Banks” pra isso?) o sentimento de nostalgia me atingiria em cheio e não foi diferente. Já falei aqui no blog que “Mary Poppins” representa a minha infância e é um filme muito importante pra mim, por isso, seria muito difícil não assistir a outro filme que contasse seus bastidores!
“Walt nos bastidores de Mary Poppins” começa mostrando as nuvens eu quase pude visualizar a Mary Poppins nelas! Porém, começa com um flashback da autora Pamela Travers mostrando sua infância. Aliás, os flashbacks permeiam todo o filme, nos mostrando como Pamela se tornou o que é: uma mulher rabugenta, temperamental e que passou muitas dificuldades na infância. Pamela teve um pai que a ajudava a estimular a imaginação, como modo de esconder a triste realidade, já que era um homem alcoólatra, irresponsável e com dificuldades financeiras. Assim, de alguma forma, quando ela cresce ela oprime suas fantasias e desejos, criando uma aversão a tudo aquilo que era importante na infância. Um paradoxo completo com o mundo de fantasias do Walt Disney.
Durante todo o filme vemos Pamela sempre disposta a dizer não ao Disney, mas eu a compreendi perfeitamente. Era a obra dela, a obra da vida dela, era parte dela e dar uma parte sua não é fácil pra ninguém, compartilhá-la menos ainda. E embora eu possa entendê-la eu tive pena do Walt Disney, que realmente acreditou na obra da Pamela. Por vinte anos ele realmente acreditou que aquilo poderia dar certo e poderia encantar milhares de crianças, como me encantou e viu além da obra da própria autora, percebendo o que poderia fazer com ela. No fundo, Walt Disney acreditou na babá Mary Poppins bem mais do que a própria autora. Acontece, quantas vezes escutei meus professores contando que certos autores ao ver suas obras fazendo sucesso diziam que não viam nela parte do que a crítica via. Com Pamela não foi diferente, sabe-se inclusive, que apesar do que se mostra no filme, Pamela Travers morreu odiando muita coisa do que o Disney fez com sua obra, já as crianças, não.
Entretanto, apesar da protagonista ser intragável em muitos aspectos, o filme é adorável, principalmente para quem já assistiu ao filme “Mary Poppins”, pois é possível ver as criações das músicas, roteiro, entender como a autora criou a Mary e o porquê dela existir (e eu nunca poderia ter imaginado); ver o lado da autora me fez ver Mr. Bank de outra maneira e também Bert (que quase não aparece no livro), que hoje me parece ser uma espécie alter-ego de Mr. Banks, sendo seu lado mais amigável e divertido. Isso, inclusive, me fez especular o motivo da autora não querer que ele se envolvesse romanticamente com Mary.
Enfim, “Walt nos bastidores de Mary Poppins” é ótimo também para conhecer mais a personalidade persistente do criador do Mickey, porque tentar gravar um filme por 20 anos não deve ter sido fácil e lidar com uma mulher com traumas de infância, sendo ela o oposto dele, muito menos.
PS: Emma Thompson está maravilhosa como sempre! No final aparece a voz da autora numa gravação e é incrível como a voz da atriz está idêntica a da Pamela!
Nota:
Michele Lima
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eu quero muito ver esse filme. beijos, pedrita
Eu acho que vc vai gostar Pedrita!
Não gosto muito de filmes desse gênero, mais parece ser legal!
Mixação | Um blog teen para quem pensa mix.
Oi!
Eu estou louca para ver esse filme! Amo Disney e Mary Poppins e gostaria de saber como foi a história da autora.
Também acho esse título brasileiro horroroso, perdeu totalmente o significado do original!
Beijos,
Sora - Meu Jardim de Livros
Olá,
Ja ouvi muito falar e estou maluca para assistir! Ao Mary Poppins.
bjos
Sheyla.
Ah eu adorei esse filme! Achei a autora da Mary muito rabugenta mas adorei vê-la jogando as peras pela janela e dormindo com o Mickey Mouse kkkkk. Gostei tb do Chofer, mas senti muita pena dos artistas do Walt. Eles são humoristas bobalhões e tiveram que lidar com uma pessoa mt rígida.
mas um filme pra coleção.. ;)