No mesmo fim de semana em que li
“Charles Miller: o pai do futebol brasileiro”, descobri esse filme, que conta a introdução do esporte na Alemanha. Fascinante. Ao contrário do que aconteceu no Brasil, o futebol sofreu resistência ao chegar em solo alemão, mas entrou da forma mais significativa. Se é verdade que a Inglaterra só legalizou (sim, porque era proibido) o futebol após um professor universitário expor todos os seus benefícios, outro educador foi responsável por apresentar e lutar pela liberação do esporte na Alemanha: Konrad Koch.
Tal como Miller, Koch descobriu o futebol em sua temporada de estudos na Inglaterra. Ao voltar para a Alemanha, foi contratado para ser um precursor do ensino da língua inglesa nas escolas alemãs. Ora, como disse o diretor, o telégrafo era uma grande criação e facilitaria imensamente a comunicação com o mundo, mas o mundo não falava alemão, eis a importância de integrar o inglês ao currículo.
Ao mesmo tempo em que é acusado de “abandonar a pátria” em época de guerra, o professor tem que lidar com a rigidez do sistema educacional alemão, que além de elitista tem punições físicas aos alunos. A turma sob sua responsabilidade, a outros professores, é invejável: respeitosa e, principalmente, silenciosa. Importante colocar que, justamente nessa turma, está o primeiro aluno bolsista, outra ideia visionária do diretor, Joost Bornstedt; além do filho de um dos maiores líderes da Associação de Pais e o “líder malvado” da turma, Felix Hartung.
Movido pelas ações de Felix que, na tentativa de chamar a atenção do pai, arma para provocar a expulsão de Joost e implica com o professor de inglês por este defender que a Inglaterra está culturalmente anos à frente da Alemanha, Koch, em um ato desesperado, manda os alunos para o ginásio enquanto busca em seus aposentos um presente que os amigos ingleses lhe deram: uma bola. Era hora de apresentar o futebol aos alemães.
Dali por diante, os desafios que Koch teve que superar foram muitos: proibição, demissão, expulsão; ao mesmo tempo em que os alunos tiveram que aprender o princípio básico do futebol: união.
A busca pela legalização do esporte no império alemão foi uma verdadeira batalha e, como tal, teve inúmeros marcos na educação e na sociedade alemã. O filme vai além do futebol, e acaba sendo um registro da história e da educação alemã, podendo ser colocado facilmente ao lado de filmes que contam histórias reais de professores que usaram o esporte para repassar ensinamentos únicos, como “Couch Carter: Treino para a vida” e “Meu nome é Rádio”.
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Título original: Der ganz große Traum
Duração: 113 minutos
Direção: Sebastian Grobler
Origem: Alemanha
Ano: 2011
Gênero: Drama/Esporte
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Oi!
Gostei da dica. Não conhecia esse filme. O trailer é bem legal.
Beijos, http://porredelivros.blogspot.com.br/
Hey
Já foi pra lista, parece ser bem interessante
E cinema europeu é muito bom!
Meu nome é Radio, nunca consigo terminar de assistir ¬ ¬
bjs e um ótimo final de semana
Nana - Obsession Valley