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Os homens são de Marte… e é pra lá que eu vou [Resenha do Filme]

Na última segunda eu fui ao cinema para ver “Os homens são de Marte… e é pra lá que eu vou” do diretor Marcus Baldini, o mesmo diretor de Bruna Sufistinha (2011) e PSI (2014). O que me levou ao cinema para ver este filme foi o fato de ter rido litros quando saiu o trailer na época que fui ver “Getulio” (2014). O elenco também me chamou muito atenção, nomes de peso do cenário brasileiro. Fiquei ainda mais curiosa quando descobri que o roteiro era uma adaptação de uma peça de sucesso de nome homônimo que esteve oito anos em cartaz pelo Brasil e atraiu 1,5 milhão de espectadores. Tudo isso me levava a crer que eu realmente iria rir bastante.
Não me enganei, ri tanto que cheguei a ficar com a mandíbula doendo. E fiquei tão encantada que resolvi ser radical e fazer uma resenha do filme. Até porque acho que esse filme é mais uma evidência de que o cinema brasileiro há muito deixou de não ter qualidade, temos ainda problemas com financiamento e o público ainda é receoso quando ouve o adjetivo “nacional”. Mas em qualidade, realmente não ficamos para trás nas produções internacionais, independente do gênero que se pense.
Enfim, a história fala sobre a personagem Fernanda (Mônica Martelli), uma mulher de 39 anos, empresária no ramo de organização de cerimônias de casamento, sendo seu sócio o divertido Aníbal, interpretado por Paulo Gustavo. Em diversos momentos, Aníbal rouba a cena com seus comentários e observações sobre os mais diversos eventos.
Fernanda é uma mulher forte e independente, mas que está desesperada por estar solteira já estando aos 39 anos. Como ela mesma disse: “Meu amor eu não tenho idade para estar solteira, tenho idade para estar em casamento em crise”. Seu desespero por encontrar o amor da sua vida leva a mesma a se meter nas situações mais hilárias possíveis com os personagens Juarez, Marcelinho, um homem que ela conhece em uma galeria (o nome dele não é citado no filme), Robertinho, Nick e Tom.
Outra personagem que fez presença e ajudará Fernanda em suas loucuras para encontrar um grande amor é sua melhor amiga Nathalie, vivida por Daniele Valente.
Fernanda no decorrer da história vai perceber que sua postura de ficar como uma louca atrás de um grande amor só lhe trouxe mágoas, ainda que para o público tenha levado a momentos de boas risadas, e é quando que ela toma consciência de seu ato que ela percebe que o amor que ela tanto queria estava realmente na esquina como a cartomante (personagem de Júlia Rabelo) havia lhe dito.
O filme como um todo em alguns aspectos lembram os filmes “Uma noiva em fulga”, “Um lugar chamado Notting Hill”. O que não significa dizer que “Os homens são de Marte… e é pra lá que eu vou” seria uma adaptação brasileira desses filmes. Longe disso! Pelo contrário, o filme demonstra muita criatividade ao desenvolver situações cômicas em diferentes momentos, sem em nenhum momento parecer um humor forçado. E nem muito menos o roteiro se demonstrou monótono, ainda que o ponto central fosse a busca obsessiva de Fernanda por um amor, histórias dentro dessa grande história revelaram uma história realmente divertida e original. Os diferentes ambientes também contribuíram para tornar o filme interessante e agradável.
Não poderia fechar minha resenha sem apontar as críticas que o filme tem sofrido. Infelizmente, o gênero comédia romântica é como sempre altamente criticado pela ala feminista mais ortodoxa. Eu entendo perfeitamente que a luta pelos direitos se faz mais do que necessário. Ainda hoje vivemos em uma sociedade falocrática ou patriarcal, onde perpetuamos diariamente ideias ou concepções onde a mulher é inferior ao homem, uma concepção que permeia o pensamento de homens e mulheres dos mais distintos setores sociais.
No entanto, também não vejo porque condenar uma comédia como esta que foge do clássico clichê tensões entre casais, que entre as situações mais variadas acabam ficando juntos. É claro que se pararmos para pensar o filme acaba pecando por trazer uma mulher que se sente desesperada por arrumar um marido, mas também temos que pensar por outro viés: Fernanda descobre que sua postura não a levou a lugar nenhum, ela apenas se sujeitou a caprichos de homens dos mais variados e sofreu com isso. Quando resolveu tomar a frente de sua história (fazer escolhas), Fernanda pode traçar e decidir por seguir um caminho diferente. Como ela mesma disse, “a maior vitória da minha vida foi encontrar o amor”. E não devemos pensar que o amor no sentido matrimonial (a personagem no final acaba se casando), mas o amor por ela mesma. Um amor que é capaz de se reconhecer como uma pessoa feliz por tudo o que você é e é capaz de ser e fazer.
Enfim, “Os homens são de Marte… e é pra lá que eu vou” é um filme que eu verdadeiramente recomendo. Eu mesma gostei tanto que irei ver novamente, pois nunca vemos e vivemos nada do mesmo jeito. Cada vez que se vive ou vê algo é certamente uma nova experiência.
Nota:

Até a próxima!

Bjs,
Juliana Cavalcanti

Na Nossa Estante

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